domingo, 27 de dezembro de 2009

Que profissional queremos formar?

Por Maria Teresa Castelo Branco
Professora assistente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná - UFPR; doutora em educação na Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

O mundo está em plena efervescência. Paradigmas científicos são rompidos, o desemprego aumenta, as pessoas adoecem no trabalho, mudam de carreira, enfim, vão se estruturando e sendo impactadas por estes novos processos produtivos. O objetivo da presente trabalho é discutir esses novos desafios postos à Psicologia por esse contexto de mudanças.
A formação do psicólogo nos remete a três questões importantes: a realidade social que vem demandando a atuação deste profissional; a diversidade teórica e metodológica da psicologia; e a situação do ensino universitário no Brasil.
Não há como refletir sobre o profissional que se pretende formar sem se analisar a sociedade onde ele atuará, a atividade que exercerá e a agência que o educará. Cada um destes aspectos será analisado nas suas especificidades, mas eles se interpenetrarão, inevitavelmente, no decorrer da exposição do assunto.

Leia na integra aqui

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

CULTURA, MERCADO E LUCRO EM SÃO PAULO

CULTURA, MERCADO E LUCRO EM SÃO PAULO:
Quando economistas controlam a cultura

Sob a gestão de neoliberais, a pasta da secretaria da cultura do estado de são paulo virou um grande e constante leilão!

João Sayad e a sua São Paulo Cia. de Dança
João Sayad e a sua São Paulo Cia. de Dança

O ano de 2009 se encerra de uma forma muito triste para a cultura paulistana. Na madrugada de 05 de dezembro, o dramaturgo Mário Bortolotto e o ilustrador Carlos Carcarah (pseudônimo de Henrique Figueiroa) foram baleados após reagir a um assalto no Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt (Centro de São Paulo), um dos mais importantes pólos do Teatro de São Paulo.

Com a violência e degradação urbana (e humana) da megalópole estampada na face dos consumidores de cultura de São Paulo, explicita-se também o momento de exigir não apenas mais iluminação e policiamento na Pça Roosevelt, mas de observar com mais atenção a situação lamentável em que se encontra grande parte do setor cultural em SP.

Na mesma manhã do incidente com Bortolotto, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma matéria sobre a passagem pelo Brasil do arquiteto Jacques Herzog, do escritório de arquitetura suíço Herzog & de Meuron Architekten. Vindo à tona ao grande público mundial por meio da construção do Ninho de Pássaro (Estádio Nacional Olímpico de Pequim, 2008) e o Allianz Arena (Munique, 2005), o escritório será o responsável por construir um centro cultural no bairro da Luz, que vem sendo denominado como Teatro da Dança. Projeto este que já nasce cercado por polêmicas.


Cultura para poucos... bem poucos mesmo.


Os arquitetos Cesar Bergström Lourenço (ASBEA Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) e Rogério Bataglies (SINAENCO Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) entraram com uma ação popular para paralisar a construção do referido Teatro da Dança.

Na Constituição, está que uma ação popular visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Para os arquitetos que movem essa ação a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, controlada por João Sayad, não discutiu o projeto com o rigor e a profundidade devidos e, além disso, contratou o Herzog & de Meuron Architekten sem concorrência ou concurso público, o que é inconstitucional. O escritório suíço irá faturar entre R$ 26,5 milhões pelo projeto arquitetônico, e de acordo com a Folha, ele já ganhou R$ 3 milhões pelo pré-projeto.

Cabe ainda ressaltar um questionamento feito também por Bataglies: será mesmo que a região da Luz precisa de mais uma instituição cultural Uma vez que no bairro já estão localizadas a Escola Livre de Música do Estado de São Paulo-Tom Jobim, a Sala São Paulo, a Pinacoteca, a Estação Pinacoteca e o Museu da Língua Portuguesa, será mesmo que há alguma suposta revitalização do bairro da Luz que justifique a construção do chamado Teatro da Dança também nesse mesmo perímetro urbano?


O dinheiro de todos retornando para uns poucos


As situações acima já são suficientes para exigir detalhadas explicações do secretário de Cultura, João Sayad, à sociedade. Entretanto, ainda há muito mais por se esclarecer. Por exemplo, as proporções e, conseqüentemente, os custos ?faraônicos? da obra.

Contendo um teatro para dança e ópera, um para peças e recitais, uma sala experimental, uma escola de música, totalizando quase 3.000 lugares, o ?Teatro da Dança? será construído na Praça Júlio Prestes, no local da antiga rodoviária do bairro da Luz (que funcionou até 1982, quando foi construído o Terminal Rodoviário Tietê) abarcando uma área construída de 95 mil m2 (cerca de quatro vezes o Pavilhão da Bienal, de 25 mil m2). Dessa forma, esse centro cultural está orçado em R$ 311,8 milhões (valor que pode se elevar, de acordo com a própria Secretaria de Cultura), ou seja, o mais caro projeto da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Minimamente republicanos, minimamente cidadãos, demasiadamente pagadores de impostos, questionamos se realmente justifica-se destinar R$ 311,8 milhões a um único centro cultural em uma região que já possui diversas instituições culturais? Será que com R$ 311,8 milhões não é possível fomentar uma estrutura melhor (em todos os sentidos) a companhias e grupos que promovem a cultura em SP e constantemente sofrem com as limitações impostas pela ausência de uma política pública decente voltada para a área cultural?
Ao destinar fartos R$ 311,8 milhões ao ?Teatro da Dança?, fica explícito (ou melhor, obsceno) que o secretário de Cultura, João Sayad, não está minimamente preocupado em promover maiores e melhores atividades culturais entre os cidadãos paulistas, mas quer meramente privilegiar a São Paulo Cia. de Dança (SPCD).

A SPCD, criada em janeiro de 2008, pelo próprio João Sayad, é a primeira companhia subsidiada pelo Estado, recebendo com exclusividade a inacreditável quantia de R$ 13 milhões anuais (!), ao mesmo tempo em que R$ 1,4 milhões é a verba pública a ser dividida por todos os grupos privados do Estado de São Paulo! Como aponta Sandro Borelli (coreógrafo da Cia. Borelli de Dança), um típico ?caso de coronelismo?. A opinião de Borelli sobre esse assunto está mais bem explicitada e http://idanca.net/2008/02/27/polemica-cerca-sao-paulo-cia-de-danca/ .

Atualmente, a SPCD, com total apoio governamental, faz da Oficina Cultural Oswald de Andrade sua sede própria (na prática, faz o que quer e o que bem entende dentro da Oficina Oswald de Andrade, mesmo que em detrimento de outras atividades). Com a construção do ?Teatro da Dança?, sua sede será realocada para o bairro da Luz. Ou seja, constroem de forma ilegal (como já se alertou acima) um espaço de R$ 311,8 milhões para sediar o grupo que recebe R$ 13 milhões anuais... Notável!


Quando açougueiros cuidam de hospitais


Em 25 de novembro de 2009, o Memorial da América Latina recebeu a Iº Conferência Estadual de Arte e Cultura do Estado de São Paulo. Ao ser inquirido sobre os R$ 13 milhões anuais da SPCD, João Sayad respondeu que a São Paulo Cia. de Dança vai muito bem, obrigado!? No mesmo evento, Sayad ainda teria afirmado que, enquanto pai, ele preferia levar seu filho para assistir a filmes como Homem-Aranha, que ele denominou como ?cinema de qualidade, por ser importado?.

Não satisfeito, na mesma Conferência o secretário de cultura ainda apresentou o projeto do Estado de construção de livrarias megastore, com preços acessíveis, na periferia da cidade, afirmando que Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis e outros exemplos ficarão nos fundos da loja, pois nas vitrines estarão os Harry Porter, Crepúsculo e etc. Sayad afirmou ainda, como algo realmente revolucionário, que a Secretaria de Cultura de SP distribuiu 2,5 milhões de ingressos de cinema, em 2009, para que as pessoas de baixa-renda tivessem a oportunidade de ir ao cinema uma vez ao ano gratuitamente... Ganhando R$ 13 milhões anuais, quantas vezes será que os cerca de 30 dançarinos da SPCD vão ao cinema por ano? Talvez o próximo plano da Secretaria seja permitir que a população de baixa-renda vá gratuitamente às temporadas que a SPCD realiza no Teatro Alfa, sob o custo de R$ 80 o ingresso (mesmo com toda a verba anual).

Como se sabe, João Sayad nunca teve nenhum vínculo com a área cultural. Ex- presidente do Banco Inter-American Express, Sayad é doutor em Economia pela Universidade de Yale, professor pela FEA-USP. Ele foi ministro do Planejamento do Sarney e secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da cidade de São Paulo e secretário da Fazenda na gestão Franco Montoro e do município de São Paulo durante a administração de Marta Suplicy. No ano de 2006, deixou a vice-presidência de Planejamento e Administração do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
E a cultura nisso tudo? Não há! Nunca houve. Apenas números, cifrões e, claro, muito lucro. E, após o singelo convite do governador José Serra (PSDB) assumiu, em 2007, a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Com pesar, constata-se que mesmo a escolha dos arquitetos para a construção do ?Teatro da Dança? não foi por um mero acaso. O arquiteto suíço Jacques Herzog, conforme relata a referida matéria de 05 de dezembro da Folha, depois de degustar sua tão merecida taça de vinho tinto e seu prato de hors d'oeuvres sortidos, gesticulando, mastigando com avidez seus deliciosos canapés, admitiu que o teatro é, de fato, um "projeto para a classe alta". Além do mais, de acordo com Herzog, "é estúpido ser politicamente supercorreto [...] Dizer que é preciso cuidar só de pobres é uma hipocrisia." Afinal, os malditos pobres já vão uma vez por ano ao cinema, não é mesmo?!
Então, eis que um economista vem administrando a Secretaria de Cultura. Suas opiniões e, acima de tudo, suas ações refletem o interesse mercadológico e do mundo corporativo. Não há espaço para o autônomo, para o nacional, para a inovação e muito menos para a contestação. Sua postura neoliberal submete uma das pastas mais importantes do governo aos benefícios e lógicas dos meios empresariais.

Porém, não podemos alegar surpresa frente tal situação. Em São Paulo, a gestão estadual e municipal (Serra / Kassab) para a educação, saúde e, obviamente, cultura é a da lógica que atua contra a população, privilegiando uns e excluindo a quase todos. Trata-se de uma postura elitista, que articula o dinheiro público para favorecer apenas uns poucos grupos privados.

Somando um misto de privatização e prevaricação com uma plebe rude que, temerosa e desorientada, apóia quem gere a coisa pública contra a própria sociedade, o triste resultado é um economista cuidando da pasta da cultura, assemelhando-se muito ao Goebbels, chefe da propaganda hitlerista, que já dizia: quando eu ouço a palavra cultura, logo saco meu revólver?!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Não começou em Seattle não vai acabar em Copenhagen

N30! Quem viveu nunca esquecerá!

Por Naomi Kein

O aniversário dxs ativistas de Seattle em Copenhagen será muito desobediente

http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cifamerica/2009/nov/12/seattle-coming-age-disobedient-copenhagen

A conferência do clima testemunhará uma nova maturidade do movimento que se iniciou uma década atrás. Mas isso não significa jogar mais seguro.

Naoime Klein
Guardian.co.uk, Quinta 12 de Novembro 2009 20.30 GMT

Outro dia recebi uma pré-publicação sobre A Batalha da História da Batalha de Seattle, por David e Rebecca Solnit. Feito para sair 10 anos após uma histórica coalizão de ativistas acabarem com o encontro da OMC em Seattle ? a fagulha que incendiou um movimento anti-coorporativo global.

O livro é um fascinante relato do que realmente aconteceu em Seattle; mas quando falei com David Solnit, o guru da ação direta que ajudou a acabar com o encontro, o encontrei menos interessado em relembrar sobre 1999 do que em falar sobre o encontro sobre aquecimento global das Nações Unidas que está por vir em Copenhagen e as ações de "justiça climática" que ele está ajudando a organizar nos EUA no 30 de Novembro. "Este é definitivamente um momento do tipo Seattle" Solnit me disse. "As pessoas estão prontas pra arrebentar."

Há, certamente, uma qualidade de Seattle nas mobilizações de Copenhagen: a gama de grupos que estarão lá; as tática diversas que serão mostradas; e os governos dos países em desenvolvimento [mais conhecidos como subdesenvolvidos N.T.] prontos a trazes as demandas dxs ativistas ao encontro. Mas Copenhagen não é meramente uma outra Seattle. Ao contrário, sente-se, ao mesmo tempo em que as placas tectônicas progressivamente se movem, a criação de um movimento que se constrói sobre as forças de uma era anterior mas também aprende com seus erros.

A grande crítica ao movimento que a mídia insiste em chamar de "anti-globalização" foi sempre que se tinha uma grande lista de queixas e poucas alternativas concretas. O movimento que se converge em Copenhagen, ao contrário, é sobre uma causa somente ? aquecimento global ? mas agita uma narrativa coerente sobre suas causas, e curas, que incorporam virtualmente cada questão no planeta.

Nessa narrativa, o clima não está mudando somente por causa de práticas poluidoras específicas mas em razão da latente lógica do capitalismo, que valoriza lucro a curto prazo e crescimento perpétuo sobre qualquer outra coisa. Nossos governos queriam que acreditássemos que a mesma lógica poderia ser aproveitada para resolver a crise climática ? criando um produto de troca chamado "carbono" e transformando florestas e áreas rurais em pias que iriam supostamente contrabalancear escorrendo tais emissões.

Ativistas em Copenhagen vão questionar isso, longe de resolver a crise climática, o negócio do carbono representa uma privatização sem precedentes da atmosfera, e essas compensações e "pias" virem a ser um recurso de proporções coloniais. Não somente essa "soluções-baseadas-no-mercado" falham em resolver o problema da crise climática, mas essa falha irá aprofundar os níveis de pobreza e desigualdade dramaticalmente pois os mais pobres e vulneráveis são as primeiras vítimas do aquecimento global ? assim como os porquinhos da índia para esses esquemas de negócios de emissão.

Mas xs ativistas em Copenhagen não vão somente dizer não a tudo isso. Elxs vão agressivamente avançar em soluções que simultaneamente reduzam as emissões e diminuam as desigualdades sociais. Diferente de encontros anteriores, onde alternativas pareciam ficar em segundo plano, em Copenhagen as alternativas estarão no centro do palco.


Por exemplo, a coalizão de ação direta Ação Justiça Climática tem chamado ativistas a perturbar o centro de conferências no 16 de Dezembro. Muitxs farão isso como parte do "bike bloc", pedalando juntxs mostrando a "irresistível nova máquina de resistência", feita de centenas de bikes velhas. O objetivo dessa ação não é bloquear o encontro, estilo-Seattle, mas abrí-lo, transformando-o em "um espaço para falar sobre nossa agenda, uma agenda dxs de baixo, uma agenda da justiça climática, de soluções reais contra as falsas ... Esses serão os nossos dias".

Algumas das soluções em oferta do campo ativista são as mesmas que o movimento por justiça global tem levado por anos: agricultura local e sustentável; projetos pequenos e descentralizados; respeito por terras e direitos indígenas; deixar os combustíveis fósseis no solo; e pagar por essas transformações através de impostos sobre transações financeiras e cancelando as dívidas externas. Algumas soluções são novas, como a demanda de que os países ricos paguem o "débito do clima" para a reparação dos países pobres. Temos visto, como no ano passado, o tipo de recursos que nossos governos podem dispor quando é para salvar as elites [crise capitalista 2008. N.T.]. Como um slogan pré-Copenhagen coloca: "Se o clima fosse um banco, já teria sido salvo" ? não abandonada à brutalidade do mercado.

Em adição à narrativa coerente e a focalização nas alternativas, existem ainda muitas outras mudanças: uma aproximação mais pensada à ação direta, uma que reconheça a urgência de se fazer mais do que ficar somente no discurso mas determinada a não entrar no velho script ativistas vs. polícia. "Nossa ação é uma desobediência civil," dizem xs organizadorxs da ação de 16 de Dezembro. "Passaremos por qualquer barreira que esteja em nosso caminho ? mas não responderemos com violência se a polícia (tentar) agravar a situação." (Dito isso, não há como o encontro de 2 semanas não incluir uma poucas batalhas entre polícia e xs meninxs de preto; isso aqui é a Europa, no fim das contas.)

Uma década atrás, num comentário do New York Times após o bloqueio de Seattle, escrevi que um novo movimento reinvidicando uma forma radicalmente diferente de globalização "acabou de ter sua festa de estréia". Qual será a importância de Copenhagen? Coloco essa questão a John Jordan, cuja previsão do que eventualmente aconteceu em Seattle eu citei no meu livro No Logo. Ele respondeu: "Se Seattle foi a festa de estréia do movimento dos movimentos então provavelmente Copenhagen será a celebração do nosso amadurecimento."

Ele precavê, porém, que amadurecer não significa "jogar com mais segurança", ou abster-se de desobediência civil em favor de reuniões. "Espero crescermos para nos tornarmos muito mais desobedientes," disse Jordan, "porque a vida nesse nosso mundo pode terminar por cause de muitos atos de obediência"

* guardian.co.uk © Guardian News and Media Limited 2009

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

10 anos de CMI

Convite do Centro de Mídia Independente para o evento de aniversário de 10 anos da Rede Indymedia e 9 Anos de CMI Brasil.


Chegamos, onde muitos/as não esperavam que chegaríamos, e devemos isso a todos/as que colaboraram seja trabalhando voluntariamente em nossos coletivos, publicando artigos/fotos/vídeos no nossos sites ou divulgando a idéia de ser você mesmo a mídia.

E para comemorar esses 10 anos de Rede Indymedia, 9 anos de CMI Brasil, organizamos uma série de atividades no Espaço Ay Carmela em São Paulo, no próximo dia 6/12 a partir das 14h.

Contamos com a presença de todos/as que fizeram parte desses 10 anos de luta por uma mídia independente, e de certa forma por um mundo melhor.

Viva o Centro de Mídia Independente!
Viva o Indymedia!


Sobre o Centro de Mídia Independente

O CMI Brasil é uma rede de produtores e produtoras independentes de mídia que busca oferecer ao público informação alternativa e crítica de qualidade que contribua para a construção de uma sociedade livre, igualitária e que respeite o meio ambiente.

O CMI Brasil quer dar voz à quem não têm voz constituindo uma alternativa consistente à mídia empresarial que frequentemente distorce fatos e apresenta interpretações de acordo com os interesses das elites econômicas, sociais e culturais.

A ênfase da cobertura é sobre os movimentos sociais, particularmente, sobre os movimentos de ação direta (os "novos movimentos") e sobre as políticas às quais se opõem.

A estrutura do site na internet permite que qualquer pessoa disponibilize textos, vídeos, sons e imagens tornando-se um meio democrático e descentralizado de difusão de informações.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Encontro

IX Encontro Nacional de Usuários e Familiares da Luta Antimanicomial e VIII Encontro Nacional da Luta Antimanicomial
Reforma Psiquiátrica: a revolução na comunidade! É hora de afirmar!
De 26 a 29 de Novembro de 2009
São Bernardo do Campo
Região do Grande ABCDMRR - SP

Inscrições:
http://www.osdevoltaparacasa.org.br/

Informações:
http://br.mc343.mail.yahoo.com/mc/compose?to=osdevoltaparacasa@uol.com.br
Tel.: 11 4455-0825

Aviso aos Núcleos da Luta Antimanicomial: ainda há vagas subsidiadas para alimentação e hospedagem!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Presente!

Hoje, 16 de novembro de 2009 faz vinte anos que o psicólogo e sacerdote jesuíta Ignacio Martín-Baró foi cruelmente assassinado junto com cinco de seus companheiros jesuítas e professores da Universidade Centroamericana "José Simeon Cañas" e com a senhora Celina Ramos e sua filha. Com o objetivo de homenagear a Martín-Baró e seus companheiros e também de divulgar a obra desse psicólogo que lutou ao lado de seu povo e trabalhou tendo como horizonte a libertação de toda a América Latina.

Núcleo de Estudos em História da Psicologia - nehpsi PUC-SP

&

ARQUIVO MARTÍN-BARÓ - PUC-SP
Convidam para o

I Colóquio

“Psicologia e Cultura”

Homenagem a Martín-Baró

18/11/2009 - 14:00hs

Auditório Banespa - Biblioteca do Campus Monte Alegre

Profa. Marina Massimi

“Psicologia e Cultura”

Profº. Nilson Berenchtein Netto

e Profº. Tiago Lopes de Oliveira

“A importância do arquivo e da obra de Ignacio Martín-Baró”

Profa. Célia Maria Marcondes Ferraz

“Diálogos entre Silvia Lane e Martín-Baró”

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A fábrica de alunos da Uniban

Por Andre Araujo

Esse tipo de universidade existe por todo o Brasil. Trés sujeitos ricos mas de escassa educação se reúnem em uma praia e discutem: pessoal, temos que investir esse dinheiro, vamos abrir uma igreja, uma universidade ou uma concessionária Volks?

É desse tipo de gente que saem essas universidades.

A Uniban fazia uns anúncios na radio Bandeirantes aonde falava o vice-reitor. Como dizia sabiamente George Bernard Shaw, a linguagem é o melhor documento de identidade. O português do sujeito era de quiosque de praia, E era vice-reitor.

São universidades caça-niqueis, não tem qualquer espirito universitario, qualquer compromisso real com a educação, tendo capital se compram predios em leilões mal cheirosos, moveis de 3ª, professor acha com facilidade, pagou e dão aula, depois é só investir em marketing. Não tem e nunca terão espirito de universidade porque não são lideradas por educadores de verdade e sim por comerciantes para quem tanto faz escola como posto de gasolina.

Esse foi o maior erro do MEC e do CFE au autorizar esse tipo de falsa universidade. O requisito principal deveria ser o dos organizadores do empreendimento, que currículo tem, isso é mais importante do que o dos professores e hoje não é filtro para autorizar a instituição. Não é só essa do ABC, no Rio também há universidades criadas por comerciantes de qualquer coisa e uma delas é das maiores do Rio.

Então esperar espirito universitário dentro de um negocio de bicheiros, sucateiros ou donos de empresas de transporte de carga, seria demais.

E não se culpe a globalização. Universidade na Europa e nos EUA é coisa séria, a esmagadora maioria não tem fins lucrativos, são fundacionais e são rigorosamente avaliadas pelo publico discente, ninguem investe em coisa ruim quando escolhe universidade para os filhos, nos EUA é rara a universidade que tenha menos de 70 anos de fundação, as grandes tem dois seculos, na Europa idem.

Por causa dessa liberalidade excessiva, confundida com democratização do ensino, temos hoje no Brasil mais de 1.200 faculdades de direito, contra 182 nos EUA e temos no Brasil mais faculdades de medicina do que toda a Europa. Estamos enganando jovens e seus pais, formando falsos preparados para nada, uma legião de desempregados diplomados, na recente inscrição para emprego de garis no Rio se inscreveram 2.000 com curso superior.

Quando aqui se discute a decisão sobre essa jovem expulsa da Uniban esta se discutindo coisa errada.

Não foi uma universidade que a expulsou indevidamente, foi um local onde era uma fabrica que faz de conta que é universidade e acha que com isso mantem a aparência de ambiente familiar, como nos antigos “”reservados”” de bares de suburbio, devem achar que é bom para o marketing, o ABC é de fato uma região bem conservadora.

*encontrado aqui

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

da identidade

Tirinha encontra aqui, da série "Macanudo", do argentino Liniers.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

BIBLIOTECA TERRA LIVRE E ESPAÇO AY CARMELA!


Convidam todos interessados para participarem QUINTA, dia 12/11 as 19h do VÍDEO-DEBATE:

* Após o Zapatismo: Movimentos Sociais no México e a atual conjuntura sociopolítica *

Com César Ortega – Pesquisador da UNAM -Universidade Nacional Autônoma de México e militante do Coletivo Jóvenes en Resistência Alternativa (JRA – México) - http://www.espora.org/jra/

O JRA tem um trabalho de articulação e apoio com varias organizações e movimentos. Impulsionam um processo de formação teórica, política e articulação conhecido como "o outro seminário" – http://www.elotroseminario.org Também têm um projeto editorial chamado "Bajo
Tierra Ediciones".

Serão exibidos os seguintes vídeos:

* Movimento dos Atingidos pelas Barragens La Parota (Guerrero, México, 16 min.)
* A luta pela terra, liberdade e justiça (Frente de Povos en Defensa da Terra, Atenco, 12 min)
* Radio indígena comunitária Ñomndaa, La Palabra del agua (Guerrero, Mexico, 14 min)

CARTAZ: http://img248.imageshack.us/img248/1467/cartazvideodebatecesar.jpg

LOCAL: ESPAÇO AY CARMELA!
Rua dos Carmelitas, 140 – Sé – São Paulo – SP
Saída Poupatempo do Metrô Sé, Travessa da Rua Tabatinguera
ENTRADA GRATUITA

SITE: http://ay-carmela.birosca.org

As turbas têm um ponto em comum: detestam a ideia de que a mulher tenha desejo próprio

CONTARDO CALLIGARIS
Folha de S. Paulo - Ilustrada - 5/11

NA SEMANA passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada.

O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça. Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa.

A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: "Pu-ta, pu-ta, pu-ta".

Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um "justo" protesto contra a "inadequação" da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça.

Então, o que aconteceu? Para responder, demos uma volta pelos estádios de futebol ou pelas salas de estar das famílias na hora da transmissão de um jogo. Pois bem, nos estádios ou nas salas, todos (maiores ou menores) vocalizam sua opinião dos jogadores e da torcida do time adversário (assim como do árbitro, claro, sempre "vendido") de duas maneiras fundamentais: "veados" e "filhos da puta".

Esses insultos são invariavelmente escolhidos por serem, na opinião de ambas as torcidas, os que mais podem ferir os adversários. E o método da escolha é simples: a gente sempre acha que o pior insulto é o que mais nos ofenderia. Ou seja, "veados" e "filhos da puta" são os insultos que todos lançam porque são os que ninguém quer ouvir.

Cuidado: "veado", nesse caso, não significa genericamente homossexual. Tanto assim que os ditos "veados", por exemplo, são encorajados vivamente a pegar no sexo de quem os insulta ou a ficar de quatro para que possam ser "usados" por seus ofensores. "Veado", nesse insulto, está mais para "bichinha", "mulherzinha" ou, simplesmente, "mulher".

Quanto a "filho da puta", é óbvio que ninguém acredita que todas as mães da torcida adversa sejam profissionais do sexo. "Puta", nesse caso (assim como no coro da Uniban), significa mulher licenciosa, mulher que poderia (pasme!) gostar de sexo.

Os membros das torcidas e os 700 da Uniban descobrem assim um terreno comum: é o ódio do feminino -não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da ideia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio.

O estupro é, para essas turbas, o grande remédio: punitivo e corretivo. Como assim? Simples: uma mulher se aventura a desejar? Ela tem a impudência de "querer"? Pois vamos lhe lembrar que sexo, para ela, deve permanecer um sofrimento imposto, uma violência sofrida -nunca uma iniciativa ou um prazer.

A violência e o desprezo aplicados coletivamente pelo grupo só servem para esconder a insuficiência de cada um, se ele tivesse que responder ao desejo e às expectativas de uma parceira, em vez de lhe impor uma transa forçada.

Espero que o Ministério Público persiga os membros da turba da Uniban que incitaram ao estupro. Espero que a jovem estudante encontre um advogado que a ajude a exigir da própria Uniban (incapaz de garantir a segurança de seus alunos) todos os danos morais aos quais ela tem direito. E espero que, com isso, a Uniban se interrogue com urgência sobre como agir contra a ignorância e a vulnerabilidade aos piores efeitos grupais de 700 de seus estudantes. Uma sugestão, só para começar: que tal uma sessão de "Zorba, o Grego", com redação obrigatória no fim?

Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado.

domingo, 8 de novembro de 2009

BIBLIOTECA TERRA LIVRE E ESPAÇO AY CARMELA!

BIBLIOTECA TERRA LIVRE E ESPAÇO AY CARMELA!

Convidam todos interessados para participarem QUINTA, dia 12/11 as 19h do VÍDEO-DEBATE:
* Após o Zapatismo: Movimentos Sociais no México e a atual conjuntura sociopolítica *

Com César Ortega – Pesquisador da UNAM -Universidade Nacional Autônoma de México e militante do Coletivo Jóvenes en Resistência Alternativa (JRA – México) - http://www.espora.org/jra/

O JRA tem um trabalho de articulação e apoio com varias organizações e movimentos. Impulsionam um processo de formação teórica, política e articulação conhecido como "o outro seminário" – http://www.elotroseminario.org/
Também têm um projeto editorial chamado "Bajo Tierra Ediciones".

Serão exibidos os seguintes vídeos:

* Movimento dos Atingidos pelas Barragens La Parota (Guerrero, México, 16 min.)
* A luta pela terra, liberdade e justiça (Frente de Povos en Defensa da Terra, Atenco, 12 min)
* Radio indígena comunitária Ñomndaa, La Palabra del agua (Guerrero, Mexico, 14 min)

CARTAZ: http://img248.imageshack.us/img248/1467/cartazvideodebatecesar.jpg

LOCAL: ESPAÇO AY CARMELA!
Rua dos Carmelitas, 140 – Sé – São Paulo – SP
Saída Poupatempo do Metrô Sé, Travessa da Rua Tabatinguera
ENTRADA GRATUITA

SITE: http://ay-carmela.birosca.org

ESPELHO ATLÂNTICO – MOSTRA DE CINEMA DA ÁFRICA E DA DIÁSPORA


Após o furor cinematrográfico provocado pela Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que neste ano não exibiu nenhum filme africano, a Matilha Cultural e a curadora Lilian Solá Santiago promovem a ESPELHO ATLÂNTICO – MOSTRA DE CINEMA DA ÁFRICA E DA DIÁSPORA, como programação exclusiva para o Mês da Consciência Negra. A seleção de filmes propõe um olhar contemporâneo da diversidade cultural do vasto continente africano e de seus descendentes dispersos pelo mundo.
A ESPELHO ATLÂNTICO vêm sendo realizada há dois anos na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, acompanhada por um público crescente e fiel. O cronograma do evento paulistano inclui a exibição de 11 filmes, africanos, europeus e brasileiros sobre a temática, sendo a maioria inédita em São Paulo.
A abertura da Mostra acontece na terça-feira, 10 de novembro às 19 horas, no Espaço Matilha Cultural, com coquetel e a primeira exibição em 35mm de “Graffiti”, dirigido por Lilian Solá Santiago. Na noite da abertura, haverá também uma performance CORES DA PERCUSSÃO, com o duo Simone Soul e Marina Uehara.

De 10 a 15 de novembro de 2009 (terça a domingo)

Exibições gratuítas, sempre às 19:00h.

ESPAÇO MATILHA CULTURAL
R. Rego Freitas 542 - São Paulo – Brasil (próx. à R. da Consolação)
fone:11 3256.2636

Mais informações sobre a Mostra:

http://liliansantiago.blogspot.com/

http://matilhacultural.com.br/2009/10/espelho-atlantico-mostra-de-cinema-da-africa-e-da-diaspora/


PROGRAMAÇÃO E SINOPSES

Dia 10/11 - terça-feira - abertura com coquetel

Graffiti (ficção / documentário)

Lílian Solá Santiago (Brasil, 2008, 10 min.)
São Paulo é a cidade mais grafitada do mundo. "Graffiti" acompanha o rolê solitário de Alê numa das semanas mais sinistras que essa cidade já viveu – dos ataques do PCC, e a violenta revanche da polícia em 2006. O que o move a enfrentar as ruas nessa noite? Ganhador do Prêmio Estímulo ao Curta-Metragem. Com Sidney Santiago e Chico Santo.

Sessões: 19:30, 20:00, 21:00 e 21:30 horas.

Dia 11/11 – quarta-feira

O som e o resto (ficção)
André Lavaquial (Brasil, 2007, 23min)
Jahir é um virtuoso baterista carioca que toca numa banda evangélica. Ao se indispor com o pastor da igreja, se vê sozinho na rua com seu instrumento e inicia uma jornada existencial rumo à sua música. Participou de importantes festivais internacionais e, em 2008, foi o único curta-metragem brasileiro a conquistar uma vaga do Festival de Cannes, na seção Cinéfondation.

Cariocas (documentário)
Ariel de Bigault (França, 1989, 57 min.)
“Cariocas” mostra diversas facetas do samba no Rio de Janeiro. Grande Otelo, nos guia ao encontro dos grandes músicos da cidade. Realizado originalmente para a TV francesa, conta com importantes depoimentos de Martinho da Vila, Paulo Moura, Velha Guarda da Portela, Nelson Sargento, Wilson Moreira, e Joel Rufino dos Santos.

Dia 12/11 – quinta-feira
Balé de pé no chão (documentário)
Lilian Solá Santiago e Marianna Monteiro (Brasil, 2006, 17 min.)
Documentário sobre Mercedes Baptista, principal precursora da dança afro-brasileira. Bailarina de formação erudita, cria seu grupo na década de 50, e estuda os movimentos do candomblé e das danças folclóricas. Participou de vários festivais nacionais e internacionais. A versão de 52 minutos para televisão ganhou, entre outros, o Prêmio de Melhor Documentário no I Hollywood Brazilian Film Festival, 2009.

Esperando os homens (documentário)
Katy Lena Ndiaye (Senegal/ Mauritânia/ Bélgica, 2007, 56 min.)
Em Hassania, no abrigo de Oualata, uma cidade vermelha na fronteira distante do deserto de Sahara, três mulheres praticam pintura tradicional decorando as paredes da cidade. Em uma sociedade dominada pela tradição, pela religião e pelos homens, estas mulheres expressam-se livremente, discutindo o relacionamento entre homens e mulheres. Presente em mais de 20 festivais internacionais.

Dia 13/11 – sexta-feira
Ossudo (ficção / animação)
Júlio Alves (Portugal, 2007, 14 min.)
Baseado no conto "Ossos", do famoso escritor moçambicano Mia Couto, este filme é uma história de amor entre duas pessoas desamparadas. Participou de mais de vinte festivais pelo mundo. Recebeu, entre outros, o Troféu de Melhor Filme Português e o Troféu Ouro Animação no 36º Festival Internacional do Algarve.

Kuxa Kanema – O nascimento do cinema (documentário)
Margarida Cardoso (Bélgica / França / Portugal, 2003, 52min.)
O governo Moçambicano cria após a independência, em 1975, o Instituto Nacional de Cinema (INC), pois o presidente, Samora Machel, sabia do poder da imagem para a nação socialista. O filme acompanha a ruína do INC após um incêndio e a desilusão dos moçambicanos com o regime. Vencedor do Festival de Nova York de Filmes Africanos, entre outros.

Dia 14/11 – sábado
Maria sem graça (ficção)
Leandro Godinho ( Brasil, 2007, 14min.)
Maria das Graças, menina negra de 12 anos, moradora da periferia de São Paulo, atormenta a vida de sua mãe para alcançar seu maior sonho: ser a apresentadora Xuxa Meneghel. Selecionado para o Festival Internacional de curta-metragens de São Paulo.

Cabo Verde, meu amor (ficção)
Ana Lisboa (Portugal/ França/ Cabo Verde, 2007, 76 min.)
A condição feminina em Cabo Verde na atualidade é o foco principal deste primeiro longa metragem da cineasta Ana Lisboa. Falado em crioulo cabo-verdiano, foi totalmente rodado na Cidade da Praia com um vasto elenco de atores amadores. Primeiro filme realizado e produzido em Cabo Verde, por cabo-verdianos.

Dia 15/11 – domingo
Black Berlim (ficção)
Sabrina Fidalgo (Alemanha / Brasil, 2009, 15 min.)
Nelson é um jovem baiano estudante de engenharia em Berlim. Na capital alemã, leva uma vida muito distante de suas verdadeiras raízes. Porém tudo muda quando ele frequentemente passa a encontrar Maria, uma imigrante ilegal do Senegal. Apesar de ignora-la ele começa a ter visões de personagens estereotipados, que o remetem a um passado que ele prefereria esquecer. Inédito.

O Herói (ficção)
Zezé Gamboa (Angola / França / Portugal, 2004, 97 min.)
Um soldado mutilado na explosão de uma mina volta à Luanda após 20 anos de combates. No elenco o senegalês Makena Diop, as brasileiras Maria Ceiça e Neuza Borges. Premiado no Festival de Sundance (EUA) e no Festival de Cinema Africano de Milão, entre outros.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Claude Lévi-Strauss

Bruxelas, 28 de novembro de 1908-Paris, 30 de outubro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Famílias e Migrações: Uma Abordagem Sociológica e Interdisciplinar

Veronica Montes de Oca - UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE MEXICO

Miriam Debieux Rosa – PSC – IP USP

Alejandro Leon Klein Caballero – PSC – IP USP

Período: 16 a 19 de novembro de 2009

Horário: 09h00 às 12h00

Local: Sala 20 d0 Bloco de Aulas IP USP

Aberto ao público

Inscrição pelo endereço eletrônico: pospsc@usp.br

Forneceremos certificado de participação.

Claudia Rocha

Departamento de Psicologia Clínica

Instituto de Psicologia da USP

Fone: (11) 3091 1947 - 3091 4173

Fax: (11) 3091 4911

e-mail: clrocha@usp.br - pospsc@usp.br

Pensar a Saúde Mental

BENEDETTO SARACENO, DIRECTOR DE SALUD MENTAL DE LA ORGANIZACION MUNDIAL DE LA SALUD
El especialista italiano advierte que en la Argentina “hay un exceso de camas psiquiátricas”. Destaca los modelos de Brasil y Chile, donde hay menos internaciones y más atención ambulatoria. Propone crear una red de atención comunitaria.

Por Pedro Lipcovich
“Hoy la OMS dice claramente: manicomios, nunca más”, advierte Benedetto Saraceno, director del Departamento de Salud Mental de la Organización Mundial de la Salud. El destacado especialista italiano, en un breve viaje a Buenos Aires, explicó a Página/12 que la “desmanicomialización –fue la palabra que eligió, en su perfecto castellano– forma parte del discurso aceptado en salud pública”. Saraceno destacó el ejemplo de dos países. Uno es Brasil, donde “en los últimos quince años cayó la cantidad de camas en los manicomios, mientras subía la cantidad de centros ambulatorios en salud mental, en el marco de una política sostenida por gobiernos de distintos signos partidarios”. El otro es Chile, donde también “cayeron las internaciones psiquiátricas, mientras subía la presencia de la salud mental en las salas de atención clínica”. En cambio, “en la Argentina hay un exceso de camas psiquiátricas”, señaló el jefe de salud mental de la OMS. Saraceno destacó la necesidad de que, en las reformas, participen los pacientes psiquiátricos, “porque ellos son los que mejor saben cuáles son los problemas en la atención”.

–¿Cómo evalúa la situación actual, en el mundo, en el orden de la enfermedad mental y sus instituciones?
–Hoy la idea de que la atención a las enfermedades mentales no puede centrarse en hospitales psiquiátricos no pertenece ya a una minoría innovadora, sino que forma parte del pensamiento de la salud pública en muchísimos países; es parte del discurso aceptado por la salud pública. Hace treinta años, la OMS no tenía una actitud tan clara y tajante. A partir de su Informe de 2001, la OMS dice claramente: manicomios, nunca más.

–¿Cuál es el modelo que, en cambio, hoy reconoce la OMS?
–La salud mental no se hace en manicomios, sino con fuerte inversión en salud mental comunitaria y en atención primaria, y poniendo en primer lugar los derechos ciudadanos de los pacientes. Hace treinta años había “esquizofrénicos argentinos”, o de cualquier nacionalidad; hoy hay argentinos que tienen esquizofrenia. No estoy jugando con las palabras, sino refiriéndome al hecho de que cualquier persona, cualquiera sea el tipo de discapacidad que pueda sufrir, es primero un ciudadano. Primero, tiene derechos y, después, una discapacidad.

–¿Cómo este cambio de paradigma se expresa en distintos países?
–Este discurso, tan aceptado, no se implementa en todo el mundo. Hay mucha heterogeneidad. No me voy a centrar en Europa, donde, desde las décadas de 1970 y 1980, primero Italia y España, después Inglaterra, Escocia, Irlanda, Portugal y otros países encararon la desinstitucionalización. También países en vías de desarrollo avanzaron mucho, y en algunos casos no se limitaron a tomar modelos de otros países, sino que los construyeron a partir de su propia realidad. Un caso es el de Brasil, que hace quince o veinte años tenía una población manicomial enorme y con un aspecto particularmente dramático, que era la presencia de manicomios privados, sin supervisión del Estado.

–¿“Manicomios privados”? ¿Se refiere a clínicas de internación psiquiátrica, como las hay en la Argentina?
–Clínicas donde el Estado pagaba una cuota diaria por cada paciente: el Ministerio de Salud de Brasil empezó por evaluar la calidad de esos lugares; si no era buena, cortaba los fondos. En todo caso, la naturaleza misma de estas instituciones las lleva a defender el sistema manicomial. Dentro del sistema público, es más fácil movilizar los fondos, que pueden trasladarse desde la cama psiquiátrica hacia la comunidad. Al dueño del lugar privado de internación nunca le conviene que vayan recursos a la comunidad, porque su interés es mantener un alto número de pacientes para garantizar su interés económico.

–¿Cómo fue la reforma de la salud mental en Brasil?
–Brasil, en quince años, bajó en forma impresionante la cantidad de camas en manicomios. Al mismo tiempo, la cantidad de centros de atención psicosocial (CAPS) subió desde 80 a más de mil: la baja en la población manicomial fue correlativa con el aumento en los recursos de salud mental comunitaria financiada por el sector público. Brasil en esto mostró un liderazgo en América latina y, diría también, en el mundo.

–¿Qué más configuró el modelo brasileño?
–Una característica específica de Brasil es la involucración de los usuarios de los servicios. He visto reuniones organizadas por el Ministerio de Salud, en Brasilia, con presencia de centenares de usuarios que llegaban en buses financiados por el Estado. Los usuarios no sólo participaban en las discusiones, sino también en las votaciones: era una democratización del proceso de reforma. Y esa reunión fue hace varios años, cuando el partido que gobernaba era otro: la lucha antimanicomial en Brasil se sostuvo con distintos gobiernos, más conservadores o más progresistas. Esto es un factor muy importante.

–¿Qué otro país ofrece enseñanzas?
–Chile, donde hubo una notable disminución de camas psiquiátricas, con gran fortalecimiento de la red comunitaria. Una característica propia de este país ha sido la gran inversión y desarrollo de la atención primaria de la salud en general. Uno de sus aspectos es que los profesionales que hacen atención primaria están muy entrenados para manejar problemas de salud mental. Otra característica importante es la coherencia institucional. En la Argentina, advierto una fuerte fragmentación en la salud: están la Nación, las provincias, los municipios, los gremios, las organizaciones. Aunque esto pueda implicar una mayor vivacidad social, así el consenso debe buscarse entre muchos más actores. En Chile, en cambio, el Ministerio de Salud nacional toma decisiones, define reformas y las financia.

–¿Qué más observa sobre la salud mental en la Argentina?
–Mi grado de conocimiento de la Argentina es modesto, mientras que tengo trayectoria de trabajo en Chile y en Brasil, desde la OMS y la OPS. Puedo decir, sí, que en la Argentina hay un exceso de camas psiquiátricas, y una necesidad de invertir más recursos humanos en salud mental comunitaria, como de agregar camas en hospitales generales para internación de episodios agudos. También encuentro que el nudo más complicado es el área metropolitana. Sin embargo, hay experiencias en provincias argentinas que lograron reconocimiento internacional. La ley de desmanicomialización de Río Negro es una normativa de referencia, citada en diversos documentos. Es cierto que este proceso es más difícil en los grandes conglomerados urbanos.

–¿Cómo es, concretamente, la red de atención comunitaria que recomienda la OMS?
–Es algo más complejo que tener una sala de salud mental ambulatoria en la comunidad. Tampoco es sólo un conjunto de casas de medio camino, hogares protegidos, cooperativas de personas con discapacidad. También es más que la relación de trabajo con los servicios de atención primaria que actúan en el área, pero tampoco es sólo eso. No hay que reducirla a una cuestión de ingeniería institucional: casas, casitas, camas, no son más que los contenedores. La vida de una persona no se reduce a tener una casa y una cama; tampoco la de una persona con discapacidad mental. La salud mental comunitaria es un mundo de relaciones por las que a una persona vulnerable se le brindan oportunidades de aumentar su intercambio afectivo y material con el entorno social.

–¿Por ejemplo?
–Alguien puede creer que hace psiquiatría comunitaria si cierra un hospital psiquiátrico de 500 camas y las distribuye en diez lugares de 50, pero eso no es más que repartir la lógica y la cultura del manicomio. En cambio, pensemos en cada una de esas 50 personas: quizá tres de ellas no necesitan mucha asistencia y pueden ir a un departamento, con una trabajadora social que los visite una vez por semana; otros ocho necesitan atención más intensa, en la casa habrá un enfermero y el médico pasará una vez por día; otros pueden volver a su casa, la familia los acepta, pero mantenemos visitas domiciliarias para que los familiares se sientan respaldados; otros van a consultorios para hacer psicoterapia o recibir medicación; otros participan en una cooperativa que vende su producción en el mercado. Se trata de reconocer las diferencias, las individualidades. El manicomio es la negación de las individualidades. Se trata de que la comunidad se enriquezca en la interacción con sus grupos vulnerables.

–¿Cómo es este enriquecimiento de la comunidad?
–La rehabilitación no consiste en enseñarles a los enfermos mentales cómo ser más normales. La rehabilitación no es enseñarle a un grupo cómo parecerse a otro grupo, sino un proceso en el que dos grupos aprenden que hay reglas distintas. Uno puede pensar como discapacitada a la persona que no conoce las reglas para sentarse a la mesa educadamente: rehabilitar es inventar una mesa donde se acepten reglas distintas. Los que no pertenecen al grupo vulnerable se enriquecen cuando empiezan a pensar que ese chico con retraso mental es muy dulce y con eso aporta a la escuela; que ese loco que nos daba miedo resulta ser un tipo simpático, con el que podemos vincularnos. Esta interacción con la diversidad enriquece a todos.

–¿Cuál es el principal resultado de la participación de usuarios de salud mental?
–Bueno, ¿cuál es el aporte de los usuarios de automóviles? Decir cuándo el auto no funciona bien. No es cierto que los profesionales de la salud mental sepamos siempre qué es lo que necesitan las personas. Es mejor que el mensaje no sea: “Tú eres el paciente y debes producir síntomas, delirios, alucinaciones, y mostrármelos; por lo demás debes quedarte callado, yo te daré las respuestas”. Si entramos en otra relación, donde esa persona seguirá produciendo síntomas pero también otras cosas, entonces yo también podré entender más: su contexto familiar, sus miedos, qué es lo que puede tolerar, qué cosas puedo proponerle y qué cosas no. Hace unos días, en una mesa de trabajo en Chile, participó una señora mapuche que tenía cierto grado de retraso mental; en su intervención habló muy despacio, se notaba que tenía dificultades. Pero después pidió la palabra por segunda vez: “...además, quiero agregar que el psiquiatra de mi centro de salud tendría que escucharme más: él no me escucha”, dijo.

sábado, 31 de outubro de 2009


Fora de mim

imagino na paisagem

a imagem do que fui.


Alice Ruiz


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Teoria da ação comunicativa de Habermas:

Possibilidades de uma ação educativa de cunho interdisciplinar na escola
Por Maria Augusta Salin Gonçalves*

RESUMO: O objetivo deste artigo é apresentar e discutir condições teórico-práticas da execução de um projeto de ação educativa de cunho interdisciplinar na escola, tendo como base a teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas. Inicialmente, apresentamos aspectos significativos dessa teoria. A seguir, apresentamos linhas norteadoras que adotamos como ponto de partida e suporte da pesquisa-ação, e que fornecem também as categorias para análise e interpretação da experiência.

Palavras-chave: Interdisciplinaridade, teoria da ação comunicativa, comunicação,
linguagem

*Professora do Programa de Mestrado em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos– Unisinos.

Para ler o artigo aqui

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PROMOÇÃO DA EDITORA IMAGINÁRIO

26DE OUTUBRO A 20 DE NOVEMBRO DE 2009
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sábado, 24 de outubro de 2009

Quando eles chutam a tua porta da frente, como você vai ficar?


No dia 1º de outubro, às 6 da manhã, o Joint Terrorism Task Force (um sindicato de departamentos policias locais e o FBI), chutou as portas de nossa casa – uma casa coletiva anarquista no Queens, Nova Iorque, afetuosamente conhecida como Tortuga. Os primeiros desastres da batida foram rapidamente seguidos por mais brutalidade, na medida em que a polícia sujeitava três pessoas que estavam dormindo, destruindo as portas do quartos que estavam destrancados.

Outras três pessoas (que acordaram com desagradáveis barulhos de passos, madeiras quebrando, e vozes gritantes) aguardaram no porão – mas as armas apontadas e as luzes ofuscantes chegaram rápido.

Nós colocamos nossas mãos aonde eles pudessem vê-las. Eles mandaram a gente sair da cama. Eles não deixaram a gente se vestir, mas colocaram roupas ao acaso em algumas pessoas. Nós fomos algemados, e embora no início os grupos do andar de cima e do andar debaixo terem sido propositalmente separados, logo estávamos todos juntos, sentados na sala de estar, posicionados como bonecas sobre os sofás e as cadeiras. Ficamos algemados por muitas horas, e estávamos desamparados como nosso pequeno pássaro, um fringilidae que resgatamos e estávamos reabilitando, e que voou pela porta aberta para uma morte certa, após sua gaiola ter sido golpeada pelos policiais no seu zelo em abrir as portas do quartos do andar de cima pela força. Nós gritamos para eles, mas eles continuaram com a brutalidade.

Eles nos mantiveram e nos vigiaram por horas e horas e horas. 16 horas para ser preciso, 16 horas com o NYPD e o FBI perambulando pela nossa casa, confiscando nossas vidas em uma “expedição de pescaria” relacionada aos protestos do G20 de 24 e 25 de setembro, em Pittsburgh. O mandato de busca, que finalmente permitiram que a gente pudesse lê-lo, mencionou a violação de leis de tumulto e foi vaga o suficiente para permitir que a casa inteira fosse vasculhada. Eles continuamente repetiam que nós não estávamos sob prisão, que éramos livres para ir. Mas ser livre significa ser vigiado pelo FBI, monitorado enquanto usa o banheiro, não ter permissão para fazer telefonema por horas ou observá-los saqueando nossos quartos. Ser livre significa levar dois de nós embora sob estúpidas intimidações, e mesmo embora esta fosse a nossa casa, onde vivíamos, se a deixarmos, não poderemos entrar nela novamente.

Três de nós ficou até o final. Três de nós permaneceu para assistir a equipe de substâncias perigosas entrar na casa para investigar um jogo de química de criança, vê-la vasculhar a garagem sob uma autorização adicional, assinalar todas as coisas que confiscavam como “evidência” – curiosos brinquedos de pelúcia do George, trabalhos artísticos, correspondência com o prisioneiro político Daniel McGowan, certificados de nascimento, passaportes, o arquivo de vídeo inteiro de um coletivo de mídia local, registros de taxas, livros, computadores, aparelhos de armazenamento, telefones celulares, DVDs da Buffy a Caça Vampiros, bandeiras, faixas, cartazes, fotografias e mais coisas do que foram relatadas aqui.

O ímpeto aparente desta batida apareceu cerca de uma semana atrás, quando dois membros de nosso lar foram presos, uma vez mais sob a mira de uma arma, nos subúrbios de Pittsburgh. Eles são acusados de serem os cabeças que, “dirigindo” as alegres manifestações contra o G-20, usaram tecnologias tais como o Twitter para “impedir a apreensão” do/as manifestantes. Os dois foram presos sob fiança, um tendo que pagar uma soma absurda de 30.000 dólares, e soltos 36 horas depois, após a fiança ter sido paga. A partir daí, nenhuma acusação adicional foi imposta contra os dois, nem contra qualquer outro morador após a batida.

Como anarquistas, não temos nenhuma ilusão do que o Estado é capaz de fazer. Nós não somos os primeiros anarquistas a ter a casa atacada, e infelizmente enquanto o Estado existir, nós não seremos os últimos. Nós somos, juntamente a outros indivíduos tarjados como David Japenga, as saídas para a raiva impotente que as autoridades sentem quando perdem o controle, assim como eles fizeram durante o G-20 em Pittsburgh. Nós, aquele maravilhoso nós, que inclui o Tortuga House e todos que mantêm afinidades conosco, recusamos as formas rígidas que as autoridades aprisionam um mundo explodindo com possibilidades infinitas – ele não é um líder, ela não agiu sozinha, eles não estão sendo dirigidos. A repressão é uma estratégia que o Estado usa para nos colocar na defensiva, para desviar nossas energias de ser uma força pro-ativa e ao invés disso lidar com as coisas que isto provocou. Nós não iremos mentir e dizer que isso não nos deixou enrolados, mas na medida em que nosso tempo e vertigem passam, tomamos conhecimento que amigos nos cercam. Nossa determinação é fortalecida por esta solidariedade, e nós não iremos ser detidos por esta agressão do Estado.

Desejamos agradecer todos o/as nosso/as amigo/as e companheiro/as que nos apoiaram nestes dias difíceis. Na manhã seguinte (2 de outubro) nosso advogado arquivou uma injunção sobre a batida que foi inesperadamente concedida – ela proíbe as autoridades de pesquisar nossos pertences até a gente voltar ao Tribunal no dia 16. Nas semanas e meses a vir nós faremos o melhor para compartilhar os desenvolvimentos processuais na medida em que eles forem ocorrendo. Se você quer manter contato ou descobrir uma maneira para nos ajudar, por favor, envie um e-mail para: tortugadefense@gmail.com

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lançamento

Por Cidinha da Silva
Como vocês sabem, tenho muito alegria em participar de todas as etapas de feitura de um livro meu e, depois de pronto, dar os primeiros passos junto com ele. E quando ele passa a caminhar com as próprias pernas, gosto de saber por onde anda, em companhia de quem e perceber algumas das emoções que provoca. Livro para mim não é filho. Livro é livro, é obra de arte. Há pessoas, muitas até, que fazem analogias entre filhos e livros, dirão até que o que escrevi sobre o Pentes poderia ter escrito sobre um filho, mas não me convenço, livro é livro, e tem um lugar que filho não ocupa, e o contrário também é verdadeiro. Um livro eu faço como quero, defino a cara, a capa, a voz, o número de páginas, o ritmo da trama. Eu formato, eu defino, eu construo, e, se não gostar, ao final, tenho a opção de destruir, deixar guardado ou posso também refazer. O livro é algo que, como autora, eu manipulo. Filho eu amo como é. Um filho, se por desventura, perco, eu não reconstituo, não refaço, não recrio. Um livro, sim. Por isso acho que livro e filho são essencialmente diferentes e não faço analogias para achar que são a mesma coisa. O Pentes sai da gráfica daqui a uns quinze dias e, junto com amigos e amigas queridos, parceiros de sempre, estou organizando os lançamentos. Adianto os eventos já definidos: 30/10 em Porto Alegre, na Palavraria, espaço sempre acolhedor, desta feita em evento organizado pelo poeta e amigo Ronald Augusto. Dia 31/10 também em Porto Alegre, na Feira do Livro. Lançamento organizado por duas organizações de Mulheres: Maria Mulher e Mulheres Rebeldes. Dia 14/11 em Belo Horizonte, na sede da Companhia de Teatro "A Farsa", em bate-papo organizado pelo Espaço Griô, Companhia "A Farsa" e pelo amigo Anderson Feliciano. Teremos mais três eventos em BH, um para crianças, adolescentes e professores/as, organizado pela Mazza Edições, no próprio dia 14/11; algo organizado pelos amigos da Coletivoz no dia 13/11 e um happy our com amigos a amigas do movimento LGBT no domingo, 15/11. Mas ainda estamos em tratativas, assim que as coisas estiverem definidas, informo aqui. Dia 21/11 em São Paulo, dentro da programação de primeiro aniversário da Odun - Formação e Produção. Dia 26/11 no Rio de Janeiro, no Grupo Arco-Íris, promoção do Núcleo de Mulheres da Instituição. É isso. Espero por você que acompanha este blogue em algum desses momentos. Até lá.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ferrer i Guardia


Fundador da Escola Moderna foi executado há um século

Se muitos conhecem o filósofo Jonh Dewey ou o pedagogo brasileiro Paulo Freire, a maioria desconhece que o inspirador destes reputados pensadores foi o catalão autodidata Ferrer i Guàrdia (1849 – 1909).

O criador da Escola Moderna, fundamentada em ideais libertários, nasceu a 14 de janeiro de 1859, em Alella, na Catalunha. Na adolescência começa a contestar o regime monárquico e o poder da igreja sobre o Estado e os cidadãos. Através da sua ligação com os republicanos, participa em tentativas para derrubar do poder a monarquia e que visavam a instauração da república em Espanha.

Devido à sua atividade política e social, foi exilado em Paris, em 1886, onde conheceu o ideal libertário preconizado pelos anarquistas e identifica-se com Paul Robin, o teórico da Pedagogia Integral e fundador do Orfanato de Cempuis na cidade de Paris.

Em abril de 1901 Francisco Ferrer i Guàrdia recebe uma herança de uma viúva francesa a quem dava aulas de castelhano em Paris. Aos que tratavam de o convencer em utilizar o dinheiro para fins eleitorais, como o líder republicano-socialista radical Alejandro Lerroux responde: “Servirei melhor as minhas idéias fundando a Escola Moderna do que fazendo política”.

No seu livro La Escuela Moderna, Ferrer definia assim o objetivo da Escola Moderna: “Extirpar do cérebro dos homens tudo o que os divide, substituindo-os pela fraternidade e a solidariedade indispensáveis para a liberdade e o bem-estar gerais para todos.”

O ensino ministrado seguia as seguintes orientações: o aluno é livre, livre inclusive de deixar a escola. O aluno goza de uma ampla liberdade de movimentos: vai ou não ao quadro, consulta ou não este ou aquele livro, entrega-se às suas fantasias quando isso lhe agrada, e até pode sair da sala de aula quando tem vontade de o fazer. Não havia exames, nem muito menos castigos e recompensas.

Na realidade, a Escola Moderna foi um importante foco de educação popular: constituída por ensino primário, foi a primeira escola mista na Espanha (inédito na época em muitos países europeus), de dia era para crianças e à noite para adultos; teve aulas de francês, de inglês, alemão, taquigrafia e contabilidade; estava apetrechada com um local onde se realizavam conferências, vocacionado para os sindicatos e as coletividades operárias; tinha ainda uma editora a fim de suprir a crônica falta de material didático, e graças à qual foram editados manuais escolares, livros para adultos, folhetos, informações e um boletim.

Aos domingos funcionava como uma universidade popular acessível a todos.

Além disso, Ferrer é defensor da educação física e da natação, ao mesmo tempo que rejeita os jogos e as provas de competição que servem para alimentar a vã glória dos seus participantes. Estimula os trabalhos manuais para os rapazes, assim como a jardinagem, a limpeza e os trabalhos domésticos, uma forma de nivelar ambos os sexos na execução das mesmas tarefas.

O local escolhido para a instalação da primeira escola foi um antigo convento da rua Bailén, na cidade de Barcelona, tendo aberto as suas portas a 8 de outubro de 1901.

Não é de todo alheio à Escola Moderna e aos seus ideias o fato de a Catalunha ter estado na vanguarda das lutas emancipadoras nos últimos cem anos.

Em 1905 a Escola Moderna espalha-se por 147 espaços por toda a Catalunha. Em 1908 contam-se mil alunos só na cidade de Barcelona, e criam-se centros de ensino do mesmo gênero em Madri, Sevilha, Málaga, Granada, Cádiz, Córdoba, Palma, Valência, assim como noutros países (em São Paulo, Lausanne, Amsterdam e Lisboa).

Em junho de 1906, o governo espanhol fecha a escola-mãe, na rua de Bailén, na seqüência do atentado bombista de Mateo Morral, bibliotecário da Escola Moderna, contra a carruagem real no dia da casamento de Alfonso XIII. Ferrer i Guàrdia é detido e processado como instigador do atentado. Absolvido das acusações, Ferrer sai da prisão em junho de 1907, mas a Escola-mãe em Barcelona jamais reabrirá portas.

Ferrer promove a criação da revista L’École Renouvée com o subtítulo “extensão internacional da Escola Moderna de Barcelona”, cujo primeiro número é editado em Bruxelas a 15 de abril de 1908 e onde explicitamente se defendia que o militarismo era um crime, que a distribuição desigual dos rendimentos devia ser abolida, que o sistema capitalista era prejudicial aos trabalhadores e que a política dos governantes era injusta. Também defendia a não-violência.

Ao fundar em 1908 a “Liga Internacional para a educação racional da infância” conta com apoiantes de peso como Languevin, Bernard Shaw, Berthelot e Gorki.

No ano seguinte, vários protestos eclodiram na Catalunha contra a guerra da Espanha com Marrocos. Estes acontecimentos ficaram conhecidos como Semana Trágica e foram marcados pela revolta da população de Barcelona que queimou igrejas e conventos, obrigando as autoridades a abandonar a cidade. No período da revolta, Ferrer encontrava-se de visita a um irmão que morava em Barcelona. A repressão que se seguiu à Semana Trágica prendeu e condenou dezenas de pessoas, entre elas Ferrer, preso no dia 1 de setembro. O Tribunal de Guerra reunido para os julgamentos aplicou penas que variavam de prisão perpétua à execução. A favor de Ferrer levantaram-se vozes em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Mas para que a “ordem” monárquica e eclesiástica se restabelecesse era imperioso que Ferrer fosse julgado no Tribunal de Guerra, sem testemunhas de defesa.

No dia 09 de outubro, o Conselho de Guerra abriu a sessão e ouviu as contraditórias testemunhas que acusavam Ferrer. A acusação que pesava sobre Ferrer de ser o líder intelectual da Semana Trágica baseava-se unicamente numa denúncia formulada numa carta remetida por prelados de Barcelona.

No mesmo dia foi dado o veredicto final: a pena de morte. A execução ocorreu em 13 de outubro de 1909, na Fortaleza de Montjuich.

Eventos sobre Francisco Ferrer i Guàrdia pelo mundo

Portugal

Iniciativa Assembléia Libertária do Porto

Documentário + Debate

Ferrer i Guàrdia, una vida per la llibertat

Terça-feira, dia 13 de outubro, 22h - Livraria Gato Vadio (Rua do Rosário, 281)

O documentário Ferrer i Guardia, una vida per la llibertat narra a vida do pedagogo e libertário Francisco Ferrer i Guàrdia e a construção do seu projeto de ensino da Escola Moderna.

Espanha

Conferência em Madri sobre os Cem anos do assassinato de Ferrer i Guàrdia

Organizada pela FAI (Federação Anarquista Ibérica)

http://www.centenario-ferreriguardia.org/?Madrid-Conferencia-debate-Cien

Jornadas de educação libertária. Homenagem ao pedagodo Ferrer i Guàrdia por ocasião dos 100 anos do seu fuzilamento.

Palma de Malhorca

http://www.centenario-ferreriguardia.org/?Palma-Ateneu-Llibertari-Estel

Valencia

Homenagem a Ferrer i Guàrdia, 13 de outubro.

http://www.centenario-ferreriguardia.org/?Homenatge-a-Ferrer-i-Guardia-13-d

Lleida

Segunda-feira, 12 de outubro, ato sobre Ferrer i Guàrdia no marco da exposição "Pedagogias Libertárias".

http://www.centenario-ferreriguardia.org/?Lleida-lunes-12-de-octubre-acto

Brasil

“I Colóquio de Educação Libertárias da UFRGS”, nos dias 13, 14 e 15 de outubro, na sala 101 da Faculdade de Educação da UFRGS (FACED), Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

http://coloquioferrer.deriva.com.br/

"Seminário 100 anos sem Ferrer - A Pedagogia Libertária e a Escola Moderna", dias 16 e 17 de outubro, no auditório da Faculdade de Educação da UFBA, Salvador, Bahia.

http://ohomemrevoltado.blogspot.com/2009/10/seminario-ferrer-y-guardia-100-anos14.html

Mais infos sobre o autor e eventos sobre o centenário

Fundação Ferrer Guardia

http://www.laic.org/cas/index.php

http://www.centenario-ferreriguardia.org/

Fonte: Agência de Notícias Anarquistas