sexta-feira, 29 de abril de 2011

A desconfianca.

Comeco a desconfiar que uma das diferencas entre o Brasil e o Mexico é a pura e simples idéia, ou ilusao, de acreditar em alguma coisa prometida pelo sistema. A (des)confianca em qualquer referencia que venha das instituicoes públicas é muito sutíl. No Brasil em muitos lugares - nao em todos - e classes sociais - bem poucas - ainda se acredita, um pouquinho que seja, que alguma hora a coisa pode melhorar. Aqui no México quase ninguém acha que a coisa vai mudar a partir dessas estruturas públicas e pseudo representativas. Pelo menos nao pacificamente e honestamente. Ninguém, e isso nao é um exagero, no México acredita em qualquer instituicao governamental. A descrenca é absoluta. A imobilidade social também é enorme e ajuda a compreender essas desconfiancas. Cerca de 40% dos mexicanos que nascem pobres assim permanecem por quase toda vida. Enquanto aproximadamente 60% dos que nascem ricos também nao sofrem alteracao. Penso que comeco a entender a subjetividade e a razao de ser possível algo como os zapatistas em Chiapas e os municípios autonomos de Oaxaca. Nao consigo imaginar nada parecido no Brasil. Ainda.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Primeiro Congresso Anarquista de Mexico



PROGRAMACIÓN


29 DE ABRIL
11:00 hrs. Registro de asistentes.
12:00 hrs. Inauguración.
12:15 hrs. Lectura de la declaración inaugural al Primer Congreso Anarquista en México, de ponencias y de saludos.
13:00 hrs. Instalación de las mesas de discusión. Cada mesa discutirá una temática.
· Anarquismo y movimiento punk
· Medios libres
· Anarcofeminismo
· Ecología y liberación animal
· Anarquismo y sindicalismo
· Arte y anarquismo
· Ocupaciones como forma de resistencia
· Anarquismo y movimiento estudiantil
· Pedagogía libertaria
· Anarquismo y antisistema carcelario
15:00 hrs. Comida.
16:00 a 19:00 hrs. Continuación de las mesas de discusión.


30 DE ABRIL
9:00 hrs. Registro de asistentes.
10:00 hrs. Instalación de las mesas de discusión. Todas las mesas discutirán las temáticas siguientes:
· Presentación de las y los participantes en el Congreso.
· Quiénes somos.
· Experiencias de lucha.
· Cómo nos organizamos.
· Problemas de nuestra realidad.
· Organización de los anarquistas en México.
· Plan de acción y lucha anarquista.
14:00 hrs. Comida.
15:00 hrs. Plenaria. Lectura de las relatorías de las mesas de discusión.
19:00 hrs. Organización de la participación anarquista en la marcha del 1° de mayo.
20:00 hrs. Evento lúdico-musical.
21:00 hrs. Clausura.


1° DE MAYO
Convocatoria a las y los anarquistas a salir a las calles y participar en la marcha del 1° de mayo.


SE RECOMIENDA


Elaborar tus ponencias, aportaciones, puntos de vista, análisis por escrito para la/las mesas q estén interesadxs en participar el primer día y para la mesa del segundo, máximo 2 cuartillas.
Si puedes, trae tu vaso, plato, cubierto y bolsa de dormir. Habrá alojamiento para los compañeros q vienen de fuera.

Mais infos aqui

COMO LLEGAR AL AUDITORIO CHE:


El auditorio Che Guevara está ubicado en la Ciudad universitaria de la UNAM. México, Distrito Federal, Av. Univesidad #3000 / Insurgentes sur #3000 Pasillo a la Biblioteca Central, a un costado de la Facultad de Filosofía y letras.


Para llegar desciendes en Estación Universidad (línea 3), caminas hacia la terminal de autobuses pumita que se encuentra al interior de la ciudad universitaria y tomas la ruta 1 o 5 y te bajas en la esquina del auditorio Che Guevara.


Si vienes por insurgentes, en metrobus, desciende en estación Doctor Gálvez y caminas hacia la universidad, de frente al lado izquierdo se encuentra el auditorio.


Fraternalmente.

Individuos de la Federación Local Libertaria (FLL)


Proyecto TV Neza


Estudiantes ácratas de la Facultad Ciencias de la UNAM


Integrantes del Auditorio “Che Guevara”


Pensamiento Ingobernable-FLL


Célula Anarcofeminista


Fanzinoteca del Auditorio “Che Guevara”


Cruz Negra Anarquista.


Estudiantes del Politécnico


Individuos libertari@s


Colectivo Autónomo Magonista-FLL


Motín-FLL


Hijos del Pueblo-FLL


KontrAxionZocial


Colectivo Libertario Resiste Lucha Construye


Coordinadora Estudiantil Anarquista

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sobre Crimethinc!!

por dexgenerada


Para quem não conhece o coletivo CrimethInc. e para quem se interessa em saber um pouco mais sobre o tema do seu novo livro Work (que será lançado no fim do Impróprio), aqui vai a tradução de um trecho de uma entrevista concedida ao periódico sueco Brand. O tema da entrevista é trabalho, o desafio de combater o capitalismo fora de sua economia e a polêmicas em torno do termo ”Ex-trabalhadores”.

O que é o trabalho para vocês e por que deixaram isso para trás?

Não é bem isso de que todo mundo envolvido na CrimethInc abandonou para sempre o trabalho. Na verdade tentamos focar no que conseguimos fazer para além do nosso papel como trabalhadoras numa economia capitalista. Nos identificarmos como ex-trabalhadores é um modo de enfatizar que queremos que nossas vidas girem em torno do que fazemos livremente fora de um trabalho assalariado e da competição capitalista.

No reino da ideologia capitalista, há quem se identifica com seu papel como trabalhador ou trabalhadora – e medem seu valor de acordo com o que produzem e com o que lucram, assim com a economia faz. Hoje, provavelmente, há mais trabalhadores que não se identificam com seus empregos do que o contrário. Para essas pessoas é óbvio que elas estão trabalhando porque são forçadas a juntar dinheiro pra pagar suas contas. Suas “vidas reais” estão em outro lugar – no lazer e no consumo por exemplo. Então, se identificar com aspectos anti-trabalho da vida não necessariamente faz deles revolucionários. Nos denominar ex-trabalhadores é também um desafio para nós e para outras ao realizar o máximo de nosso potencial fora da economia monetária agora mesmo, no sentido de combater essa economia. (…) Talvez você possa dizer que “ex-trabalhadores” estão tentando atingir uma greve permanente, para conquistar seus meios de produção na forma de nosso próprio tempo e energia, como um passo em direção a uma greve generalizada.

Se seguirmos isso que você disse, parece que seu entendimento de trabalho é fortemente ligado o sistema de trabalho assalariado. Obviamente, muitas pessoas são dependentes desse sistema, do contrário não teriam como se sustentar, pagar suas contas, não alimentariam suas famílias. O que vocês pensam que essas pessoas deviam fazer em tal situação?

Espero que esteja claro que vemos a renúncia ao trabalho como uma abordagem estratégica para aqueles que conseguem lançar mão dela e não com prova de fogo pra ver quem é realmente radical. O ponto é simplesmente que na medida que as pessoas conseguem buscar seu potencial fora da economia monetária, isso pode ser um ponto de partida para uma resistência anti-capitalista. Não é o único ponto de partida e não está disponível para todo mundo – não da mesma forma ou no mesmo nível.

Vocês estão familiarizados com a crítica de que a postura da CrimethInc de ex ou não trabalhadoras pode ser funcional apenas para jovens e saudáveis indivíduos com poucas responsabilidades, talvez especificamente garotas e garotos brancos de classe média que tem seus privilégios pela cor e pela classe de desistir e voltar pra casa. O que pensam sobre isso?

Renunciar ao trabalho é uma estratégia que toma diferentes formas táticas em diferentes situações. Claro que táticas específicas são mais adequadas a pessoas em umas situações do que em outras. Não estamos dizendo que mães solteiras que se escravizam lavando chão para alimentar seu filho devam largar seu emprego e viver na rua, mas dizemos que anarquistas que conseguem alguma renda razoável em algum emprego deveriam considerar diminuir sua carga horária de trabalho e participar de programas de assistência a crianças de graça. Não estamos dizendo que um americano afrodescendente que nos EUA está sempre vigiado por seguranças e policiais racistas deva roubar (apesar de muitos já terem que fazer isso para comer), mas estamos dizendo que aqueles jovens brancos que conseguem roubar facilmente em um supermercado podem fazer isso como uma fonte de recursos para projetos coletivos ajudariam várias pessoas a comer. Não estamos dizendo que “liberdade” significa punks de classe média saindo da escola pra pegar carona pelo mundo pra em alguns anos depois arranjar um um emprego bem pago numa ONG. Estamos dizendo que ninguém é realmente livre até que todas possamos tomar decisões baseadas em desejos e não em necessidades econômicas. E o primeiro passo em direção à verdadeira liberdade é para nós se comprometer com uma resistência vitalícia… venha ou não ela acompanhada de um salário.

Anarquistas trabalhadores ou da classe média nos EUA ou na Suécia deveriam ser honestos a respeito de seus privilégios: temos acesso a recursos e oportunidades que outros no globo não tem e devemos, em respeito a eles e a nós mesmas, usar esse privilégios para o benefício de todas. Isso significa perder menos tempo trabalhando para juntar dinheiro para nosso próprios benefício e mais tempo lutando contra o capitalismo com unhas e dentes. A maior parte dos que participam em tempo integral dos projetos da CrimethInc outras atividades anti-capitalistas não tem conta em banco, seguro, aposentadoria, roupas da moda e às vezes tem de roubar e confabular para comer a cada refeição. Muitos dos nossos críticos são muito mais bem sucedidos – financeiramente falando.

E sobre a ética ex-trabalhadora no contexto de comunidades onde o desemprego é crescente: muitas comunidades negras nos EUA, regiões inteiras do Leste Europeu e vastas áreas do “Terceiro Mundo”? Normalmente, a falta de emprego é vista como um problema sério nessas comunidades. Alguns ativistas acusam a CrimethInc. de “cinismo” com relação a essa situação (…). Intelectuais a serviço do livre mercado defendem a exploração coorporativa do “terceiro mundo” e dos guetos americanos dizendo que esses exploradores estão “criando empregos” que são desesperadamente necessários. Mas é claro que, uma vez, há muito tempo atrás, bem antes da colonização européia, os acestrais desses “empregados” em potencial tinham acesso aos recursos que os cercam sem ter que negociar suas vidas pela escravidão assalariada. Pessoas nos campos do México ou do Brasil não precisam tanto de emprego numa corporação quanto precisam de reforma agrária.

Falta de trabalho assalariado só é um problema quando associada à dominação capitalista. Lutar por empregos para todas ao invés de lutar pela abolição do capitalismo é o maior cinismo de todos.

(…) Vocês poderiam terminar dando-nos alguns exemplos do que “ex-trbalhadores” fazem além de publicar livros e organizar protestos e convergências?

Na comunidade em que vivemos, uma cidade com menos de 15 mil pessoas, mantemos uma série de programas voltados para essa comunidade, que não conseguiríamos manter se tivéssemos um emprego de tempo integral. Operamos uma mercearia de distribuição gratuita em dois bairros de baixa renda e às vezes fazemos um programa para fornecer café da manhã a trabalhadores imigrantes também. Pegamos a comida para isso tudo de reaproveitamentos e também de trabalhadores que nos apóiam – outro motivo para cultivar conexões entre trabalhadores e ex-trabalhadores e popularizar o roubo anti-corporativo. Todo mês ajudamos no Really Really Free Market (Mercado Realmente Livre), onde centenas de pessoas da região se juntam para dar e ganhar coisas e recursos sem qualquer troca monetária. Mantemos um programa de enviar livros a prisioneiros, já que as condições das prisões americanas são péssimas e os internos não tem acesso a literatura. Rodamos uma distribuição gratuita de zines com cerca de 6000 cópias que produzimos através de roubos e outras trapaças para distribuir em eventos públicos. Há também redes para prover cuidados médicos a pessoas que não podem pagar, especialmente mulheres. E claro, temos jardins, bandas, grupos de estudos, internvenções, grafiti e grandes festas.


Esse são alguns exemplos do que nos focamos em nosso tempo livre que conseguimos fora da economia de mercado. Nos EUA, diferentemente da Suécia, não há nenhum fundo do governo ou programas para projetos sociais ou culturais. Então temos que fazer essas coisas por nós mesmas. Talvez seja mais saudável, porque significa que nunca nos seduzirão a fazer coisas por nos pagarão mais. Às vezes alguns de nós são presos por roubar, mas nós nos apoiamos e isso não é tão grave como as longas sentenças que algumas camaradas cumprem por ações diretas.

Obrigada pela oportunidade de falar desse assunto. Se alguém tiver mais questões, escreva para hello@crimethinc.com.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Hompak Maya

El Hompak es un instrumento de viento de origen maya, su forma y sonido es muy parecido al Didgeridoo o Yidaki australiano, sin embargo este es más un instrumento autóctono para tocarlo en ceremonias espirituales y/o sagradas, su nombre es un misterio aunque esta relacionado con los murales de Bonampak cerca de Teotihuacan, Mexico donde aparecen pintados los Hom – Tahs (trompetas, cornetas o bocinas de guaje).

Los frescos fueron pintados al final del esplendor del reinado de Bonampak, en el periodo Clásico Tardío (800-850 d.C.). Los murales de Bonampak muestran la mejor representación gráfica de la organología clásica Maya y de sus ejecutantes, que fueron el corazón de muchos eventos sociales y celebraciones públicas, ritos y combates.


Las extraordinarias reproducciones de los murales de Bonampak pueden ser de utilidad para analizar las Hom -Tahs, porque se muestran con realismo y como fueron tocadas en grandes celebraciones y batallas. Las imágenes del mural son mejores que cualquier descripción disponible en la literatura sobre las trompetas Mayas para poder conocer su estructura y secretos sonoros milenarios usando modelos. Las trompetas fueron muy importantes en Bonampak, porque se pintaron en muros de los tres Cuartos. Los sonidos de animales, de la naturaleza y de otros seres de mundo (y del inframundo) Maya pudieron ser producidos muy bien por los trompeteros, además de los sonidos musicales.


Los sonidos de las Hom -Tahs podrían estar relacionados con los de los animales que veneraban, porque en el mural se ve que hombre-langosta está escuchando o siguiendo los sonidos generados por las dos trompetas. El grupo de hombres-animal con penachos y máscaras indica que la música o los sonidos, las danzas y cantos pudieron haber estado relacionados con esos animales, como se usaba en muchas otras danzas con mascaras de tigres, víboras, venados, diablos pájaros, etc.


El sonido ruidoso resultante era muy adecuado para ser usado en ritos chamanicos, en terapias de salud, en magia o ceremonias funerarias. Sus sonidos pueden hacer que se pare el pelo, si se escuchan en espacios cerrados como cuevas o en la oscuridad. l Hompak es un instrumento de viento de origen maya, su forma y sonido es muy parecido al Didgeridoo o Yidaki australiano, sin embargo este es más un instrumento autóctono para tocarlo en ceremonias espirituales y/o sagradas, su nombre es un misterio aunque esta relacionado con los murales de Bonampak cerca de Teotihuacan, Mexico donde aparecen pintados los Hom – Tahs (trompetas, cornetas o bocinas de guaje). Los frescos fueron pintados al final del esplendor del reinado de Bonampak, en el periodo Clásico Tardío (800-850 d.C.). Los murales de Bonampak muestran la mejor representación gráfica de la organología clásica Maya y de sus ejecutantes, que fueron el corazón de muchos eventos sociales y celebraciones públicas, ritos y combates.


Las extraordinarias reproducciones de los murales de Bonampak pueden ser de utilidad para analizar las Hom -Tahs, porque se muestran con realismo y como fueron tocadas en grandes celebraciones y batallas. Las imágenes del mural son mejores que cualquier descripción disponible en la literatura sobre las trompetas Mayas para poder conocer su estructura y secretos sonoros milenarios usando modelos. Las trompetas fueron muy importantes en Bonampak, porque se pintaron en muros de los tres Cuartos. Los sonidos de animales, de la naturaleza y de otros seres de mundo (y del inframundo) Maya pudieron ser producidos muy bien por los trompeteros, además de los sonidos musicales.


Los sonidos de las Hom -Tahs podrían estar relacionados con los de los animales que veneraban, porque en el mural se ve que hombre-langosta está escuchando o siguiendo los sonidos generados por las dos trompetas. El grupo de hombres-animal con penachos y máscaras indica que la música o los sonidos, las danzas y cantos pudieron haber estado relacionados con esos animales, como se usaba en muchas otras danzas con mascaras de tigres, víboras, venados, diablos pájaros, etc. El sonido ruidoso resultante era muy adecuado para ser usado en ritos chamanicos, en terapias de salud, en magia o ceremonias funerarias. Sus sonidos pueden hacer que se pare el pelo, si se escuchan en espacios cerrados como cuevas o en la oscuridad.


Encontrado Aqui

terça-feira, 12 de abril de 2011

Manifesto ABRAPSO.

Pelo direito à memória, justiça e verdade. No dia 31 de março de 2011 completou 47 anos do Golpe Militar, data que deveria ser lembrada com vergonha e pesar por todo e qualquer brasileiro, porém, não foi o que ocorreu. Nesta data, a Comissão Interclubes Militares divulgou, sem qualquer pudor, nota na qual distorce fatos e enaltece o Golpe, como se esta fosse uma boa resposta à demanda da população.

A Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) vem por meio deste, manifestar seu repúdio a essa nota, bem como a quaisquer outras manifestações que distorçam os fatos do período da ditadura, acreditando ser a memória um instrumento de luta política sem o qual as novas gerações ficam completamente à mercê da repetição dos mesmos equívocos outrora cometidos.

Omitir o direito à memória de uma Nação é tirar-lhe uma grande gama das possibilidades de seu futuro, é submeter-lhe novamente ao terror vivenciado e permitir que as coisas se repitam cotidianamente, com aparência distinta, mas a mesma violência. Ou não seria fruto desta amnésia imposta o crescente extermínio de jovens negros e indígenas, de homossexuais e também a forte repressão e criminalização dos movimentos sociais?

Não são poucas as denúncias que s meios de comunicação de massa, a mídia alternativa e os movimentos sociais têm feito de abusos por parte da polícia militar na repressão ao direito dos cidadãos de se manifestarem. Haja vista a recente prisão de treze pessoas que se manifestaram em um ato político contra a vinda do presidente estadunidense Barack Obama.

Também não são poucas as denúncias de tortura, perseguição política, encarceramento indevido, desaparecimento forçado, disseminação do medo na população pela manutenção de uma suposta harmonia social. O que evidencia que o aparato repressor do Estado brasileiro ainda se utiliza dos métodos tão largamente utilizados durante a ditadura civil-militar.

Frente a tais fatos, a Associação Brasileira de Psicologia Social sente-se na obrigação de explicitar os ditos fatos e reivindicar:

- O direito à memória e justiça da população, o fim da anistia aos torturadores e a construção de uma Comissão da Verdade em nosso país.

- O fim da criminalização dos movimentos sociais, da perseguição política e do encarceramento indevido.

- O respeito ao direito de livre manifestação da população e o fim da repressão e violência contra os manifestantes.

- A averiguação dos assassinatos de jovens e o fim da criminalização da pobreza.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA SOCIAL

06 de abril de 2011.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mestre Bigodinho


Reinaldo Santana – nascido em 13/09/1933 – falecido em 05 de abril de 2011.

Mestre Bigodinhho iniciou capoeira em 1950 com mestre Waldemar da Paixão, era natural de Santo Amaro da Purificação. Treinou com mestre Waldemar até 1970, retornando a capoeira em 1997, exímio cantador e jogador de capoeira.

O Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô e mestre Plínio perderam esta semana de 04/04/2011 uma de suas grandes referências em capoeira. Um mestre e um amigo que deixará muitas saudades, a capoeira está em luto, Deus o tenha no reino da glória, e que ô receba de braços abertos para que ele possa fazer uma passagem tranqüila.

Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô São Paulo – SP - Abril de 2011

CARTA ABERTA DO MOVIMENTO PASSE LIVRE SOBRE QUESTÃO DE GÊNERO E MOVIMENTOS SOCIAIS

Na quarta-feira, dia 30 de março, no último ato da Jornada de Luta Contra o Aumento das Tarifas no Transporte Público em São Paulo, houve um “escracho” a um re-incorporado militante do Movimento Passe Livre e ao próprio MPL, caracterizado pela denúncia de machismo verbal e psicológico praticado por esse companheiro há cerca de seis meses atrás.

Primeiramente, precisamos deixar claro que suas atitudes machistas foram discutidas extensamente dentro do Movimento, que o militante ficou afastado por cerca de quatro meses e iniciou acompanhamento terapêutico, desde que tomamos ciência destas atitudes. Durante a Jornada de Lutas de 2011, com o início da sua aproximação às manifestações, voltamos a discutir, e dessa vez com mais profundidade, os diversos fatores envolvidos nessa questão, procurando nos posicionar da melhor forma possível.

Diante da gravidade das atitudes do companheiro, gravidade que este mesmo reconhece, o Movimento colocou condições essenciais para seu retorno como militante: (1) o reconhecimento do seu erro, colocado não como um simples ‘pedido de desculpas’, mas dentro da perspectiva de gênero; e, mais importante que isso (2) – comprometimento de mudança de suas atitudes como parte do processo da retomada de confiança, sendo este processo gradual, conforme estas mudanças vão se mostrando nítidas nas suas práticas; e ainda (3) – a continuidade do tratamento psicológico que o mesmo iniciou aos cometer o machismo verbal e psicológico. Esse comprometimento de mudança não só foi assumido por ele como pelo próprio Movimento que se propôs a também cotidianamente rever-se.

O MPL – SP concluiu, diante de seu posicionamento e do compromisso de mudança assumido por ele e pelo Movimento, que a melhor forma de lidar com uma questão tão latente como esta, avançando na discussão de gênero, era a não exclusão do indivíduo, pois a exclusão não significaria a eliminação do machismo. Achamos mais produtivo, tanto para o MPL, quanto para a luta anticapitalista, nos esforçarmos em impulsionar a transformação das suas atitudes do que excluí-lo. A re-incorporação com perspectivas objetivas e subjetivas de mudança e retomada de confiança dá, nesse caso, espaço para que esta transformação possa acontecer. Ainda assim, concordamos que durante este processo de retorno, o companheiro não assumiria tarefas públicas pelo Movimento, o que foi seguido desde o retorno do mesmo às manifestações (vale dizer que no dia em questão, quem estava dando a entrevista era um secundarista, o Caio, e que este pediu auxílio pro militante que estava mais próximo...). Com relação a tornar a questão pública e expor o posicionamento do MPL, entendemos que a resposta deveria, inicialmente, ser dada ao próprio MPL, além disso, foi pesado em nossas discussões o grau de exposição que sofreria a companheira envolvida neste caso. No entanto, o MPL respondeu e responderia sobre o ocorrido a qualquer grupo ou individuo que nos questionasse. Entendemos que os fóruns de decisão do Movimento são sim espaços públicos, e não privados, e que nesse sentido a situação foi sim discutida politicamente. “Acobertar” seria não discutir isso na instância oficial do Movimento, sua reunião periódica, aberta, com decisões constadas em ata.

Sobre o “escracho”

Gostaríamos de ressaltar que existe uma diferença entre o mérito de uma denúncia e o método com o qual ela é feita: acreditamos que deve ser apoiada toda e qualquer denúncia a um ato de intolerância (machismo, racismo, homofobia, etc.), independente se quem o praticou é ou não um militante. Já o método com que a ação de quarta-feira (30/03) foi planejada e realizada nos preocupa muito por uma série de fatores. É importante destacar que em nenhum momento as mulheres do MPL-SP foram procuradas, nem antes nem depois desta ação. O que leva a pontuar uma outra questão importante: apesar da grande quantidade de organizações feministas e mulheres presentes nesta Jornada, a ação teve um caráter isolado em relação à boa parte destas pessoas e organizações. Nem nós mulheres do MPL, nem as companheiras de diversas outras organizações foram procuradas, evidenciando um sectarismo preocupante. Além disso, na nossa concepção, escrachos devem ser realizados com aqueles com os quais não é possível, e muitas vezes nem desejável, o diálogo: o escracho tem como objetivo humilhar e deve ser direcionado aos nossos inimigos, àqueles que sabemos que nunca estarão do nosso lado. Dessa forma – para o referido caso – entendemos que para as executoras desta ação não há a disposição de dialogar nem resolver nenhum problema de fato, mas sim nos colocar na posição de um inimigo, o que retrocede na luta e na unidade dos grupos anticapitalistas e na própria luta feminista como um todo Queremos expor que acreditamos termos tratado a questão com a seriedade necessária e que a nossa decisão aponta para uma tentativa de construir uma sociedade igualitária, tolerante e não punitiva. Mesmo o MPL-SP acreditando que atitudes e relações possam ser modificadas e que uma expulsão em nada contribuiria para esta transformação, o militante decidiu se afastar indefinidamente do Movimento, por decisão pessoal e pedido de sua família.

Por uma vida sem catracas e sem desigualdades de gênero

Em meio a tantas demandas e pressões que a luta por um transporte público nos coloca fizemos questão de dedicar diversas horas nos nossos espaços para a discussão de gênero, por considerarmos esta uma questão fundamental. Temos avançado muito nesse sentido nos últimos meses e principalmente enquanto mulheres, reivindicamos a nossa autonomia pra encampar esta discussão junto aos demais militantes da forma como a analisamos e entendemos. E nós mulheres, independente de qual organização façamos parte, devemos avançar juntas – respeitando em primeiro lugar as diferentes posições – e buscar sempre o diálogo, e não a desmoralização das visões que são diferentes das nossas. Por fim, acreditamos que a personalização do problema na figura de uma única pessoa reduz a questão de gênero, tirando o foco de inúmeros outros problemas de gênero que acontecem todos os dias, em maior ou menor grau, não trazendo nenhum avanço na construção de uma nova sociedade de mulheres e homens livres de opressão: o feminismo deve, acima de tudo, construir ferramentas para a desconstrução do machismo e não para a destruição dos homens. E a fim de estimular esta importante discussão de forma séria, e que traga avanços efetivos na discussão de gênero nos movimentos sociais e organizações políticas, convocamos à todas e todos para a construção de um grande debate, a ser marcado em breve, com a participação de mulheres e homens, entendendo que esta questão transcende todos os grupos e devemos juntas e juntos caminhar rumo à uma igualdade real entre mulheres e homens na luta contra o sistema capitalismo.