terça-feira, 26 de outubro de 2010

SEMANA ACADÊMICA DA PUC 2010

SIMPÓSIO

Pesquisas sobre Identidade-Metamorfose: entre práticas científicas transformadas e projetos de emancipação humana

Resumo: Esquadrinhar identidades como metamorfoses em busca de emancipação é uma proposta de pesquisa que representa, a priori, uma práxis em Psicologia Social Crítica. Adotar a perspectiva científica que está implicada neste tipo de pesquisa significa posicionar-se, tanto com relação a desconstrução de pressupostos positivistas e essencialistas, que há tanto incidem sobre o fazer científico nas Ciências Humanas, quanto à realização de um conhecimento situado e uma práxis politicamente posicionada. Daí, pesquisas iluminadas por esse aporte teórico sempre firmam e tendem a declarar seus compromissos com o futuro. Um futuro que, esteado por reflexões críticas no presente sobre seu passado referente, não pode ser antecipado, mas compreendido como projeto e perspectiva. Dada pertinência, buscamos reunir, nesse espaço de diálogo acadêmico, pesquisas, propostas e possibilidades científicas que viabilizem a publicização de novas experiências e formas de ser transformadoras, vislumbrando protagonismos sociais, utopias alforristas e fragmentos de emancipação – tanto do ponto de vista das práticas científicas quanto das relações humanas. São pesquisas realizadas no NEPIM – Núcleo de Esudos e Pesquisas sobre Identidade-Metamorfose, do Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Social, da PUCSP.


Coordenador: Prof. Dr. Antonio da Costa Ciampa

Vice-coordenador: Prof. Dr. Juracy Armando Mariano de Almeida

Quarta-feira, 27 de outubro de 2010

PUC-SP – Rua Ministro Godói, 969 - Perdizes

Sala 205 (2 andar do prédio novo) – 15h.

Memória

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A psicologia de massa do fascismo à brasileira

por luisnassif

Há tempos alerto para a campanha de ódio que o pacto mídia-FHC estava plantando no jogo político brasileiro.

O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial

Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.

Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.

Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.

À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.

Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.

Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.

O fascismo à brasileira

Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.

Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.

Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.

Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.

Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.

Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.

No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.

A construção do ódio

Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.

Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.

Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.

Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.

Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nota de repúdio

Diante da agressão à liberdade de expressão cometida pelo jornal O Estado de S. Paulo contra a psicóloga e psicanalista Maria Rita Kehl, o CFP emitiu a nota a seguir. Para o Conselho, o jornal deu exemplo de produção de alienação pois, ao mesmo tempo em que se diz ameaçado em sua liberdade de expressão, impede a emissão de opinião por articulista que ali escrevia há anos.


Veja aqui o artigo de Maria Rita Kehl

Veja aqui entrevista da psicóloga e psicanalista ao Terra Magazine

Leia também artigo do jornalista Eugênio Bucci sobre o tema

Nota:
CFP repudia demissão da psicóloga Maria Rita Kehl pelo jornal O Estado de S.Paulo

No dia 2 de outubro de 2010, a psicanalista e psicóloga Maria Rita Kehl, colunista do jornal O Estado de S. Paulo publicou artigo intitulado “Dois pesos” no qual questionou a desqualificação do voto da população pobre e fez comentários sobre o programa Bolsa Família, do governo Lula. O texto gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias e culminou com a demissão da colunista no dia 6 de outubro. Segundo ela, a justificativa dada pelo jornal foi que Maria Rita cometeu um “delito” de opinião.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) repudia a demissão de Kehl, solidariza-se a ela e externa preocupação com a atitude do Estadão que, ao demitir uma articulista que se posiciona de maneira contrária ao discurso do jornal, fere o direito à liberdade de expressão e de pensamento. Ou não é para garantir a diversidade de opiniões que os jornais, além de editoriais, publicam artigos?

A grande mídia tem acusado o governo de cercear a liberdade de expressão e o Estadão há meses questiona um processo de censura. Entretanto, a demissão da colunista expõe a fissura entre o discurso da mídia que se diz ameaçada em sua liberdade de expressão e suas práticas cotidianas, restritivas à liberdade de opinião.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Portal do Crepop

O Crepop - Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas colocou em seu portal (http://crepop.pol.org.br) documentos relativos às pesquisas realizadas, para consulta e download. Confira:

•Referências Técnicas para a atuação de psicólogos no âmbito das Medidas Socioeducativas em Unidades de Internação

•Serviço de Proteção Social a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência, Abuso e Exploração Sexual e suas Famílias: referências para a atuação do psicólogo.

•Referências Técnicas para a prática do(a) psicólogo(a) nos programas de DST e aids

•Saúde do Trabalhador no âmbito da Saúde pública: referências para atuação dos psicólogos

•Documento de Referências Técnicas para atuação em CRAS/SUAS

No portal do Crepop, o psicólogo ainda pode se atualizar sobre pesquisas já realizadas e em andamento, georreferenciamento, reuniões, concursos públicos e outras notícias.