sexta-feira, 13 de março de 2009

Uma reflexão sobre identidade, ativismo e autonomia

Resumo da dissertação de mestrado defendida no Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Social da PUC de São Paulo

Autor - Alessandro de Oliveira Campos
Orientador - Antonio Ciampa

Identidade ativista e autonomia: o Movimento de Resistência Global e a emancipação dos sujeitos em um mundo dominado

Esta dissertação busca investigar a identidade do ativista autonomista envolvido no Movimento de Resistência Global. Partimos da Psicologia Social tendo como categoria central o uso conceitual do sintagma identidade-metamorfose-emancipação. A proposta se deu na investigação da Identidade política do ativista autonomista como processo de transformação para a emancipação do sujeito em um mundo dominado. Essa transformação acontece em direção ao que denominamos de Identidade Pós-Convencional. Para essa observação foi realizada uma análise da história de vida de um membro do Centro de Mídia Independente de São Paulo, assim como um trabalho de campo participando de reuniões e atos de natureza autonomista. Percebemos que ninguém nasce ativista, mas passa por um processo que o conduz até este lugar. Pensar o ativista autonomista como um papel é uma contradição, mas considerar a Identidade ativista como um Eu que busca autonomia e reconhece a diversidade de atuações para outra realidade política e social, faz com que novas formas de existência venham a ganhar legitimidade para as lutas que buscam emancipação. A história de vida do ativista autonomista passa por diferentes processos que podem levá-lo a uma ampliação de valores e reconhecimentos dados mais pela cooperação que pela competição. Esse trabalho busca tecer reflexões sobre as diferentes possibilidades de fazer política além das instituições e partidos tradicionais.

*Para ter acesso a todo conteúdo da dissertação acesse aqui.

Um comentário:

  1. Eram estas idéias de Foucault que eu te disse aquele dia que acho que podem te interessar...

    “Nenhum ‘foco local’, nenhum ‘esquema de transformação’ poderia
    funcionar se, através de uma série de encadeamentos sucessivos, não se
    inserisse, no final das contas, em uma estratégia global. E,
    inversamente, nenhuma estratégia poderia proporcionar efeitos globais
    a não ser apoiada em relações precisas e tênues que lhe servissem, não
    de aplicação e conseqüência, mas se suporte e ponto de fixação.”
    (Foucault, 1988: 95)

    “(...) em vez de orientar a pesquisa sobre o poder no sentido do edifício
    jurídico da soberania, dos aparelhos de Estado e das ideologias que o
    acompanham, deve-se orientá-lo para a dominação, os operadores
    materiais, as formas de sujeição, os usos ou conexões da sujeição pelos
    sistemas locais e os dispositivos estratégicos.” (Foucault, 1979c: 186)

    “(...) como as coisas acontecem no momento mesmo, no nível, na altura
    do procedimento de sujeição, ou nesses processos contínuos e
    ininterruptos que sujeitam os corpos, dirigem os gestos, regem os
    comportamentos. Noutros termos, em vez de perguntar-se como o
    soberano aparece no alto, procurar saber como se constituíram pouco
    a pouco, progressivamente, realmente, materialmente, os súditos, o
    súdito, a partir da multiplicidade dos corpos, das forças, das energias,
    das matérias, dos desejos, dos pensamentos, etc.” (Foucault, 1999: 33)

    E as biblios:
    __________. Em Defesa da Sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
    - __________. Verdade e Poder. IN: Foucault, M. Microfísica do Poder. 22ª ed. Rio de
    Janeiro: Edições Graal, 1979c. p. 01-14.
    - __________. A história da sexualidade I, A vontade de Saber. 12ª ed. Rio de Janeiro:
    Edições Graal, 1988.

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