Comeco a desconfiar que uma das diferencas entre o Brasil e o Mexico é a pura e simples idéia, ou ilusao, de acreditar em alguma coisa prometida pelo sistema. A (des)confianca em qualquer referencia que venha das instituicoes públicas é muito sutíl. No Brasil em muitos lugares - nao em todos - e classes sociais - bem poucas - ainda se acredita, um pouquinho que seja, que alguma hora a coisa pode melhorar. Aqui no México quase ninguém acha que a coisa vai mudar a partir dessas estruturas públicas e pseudo representativas. Pelo menos nao pacificamente e honestamente. Ninguém, e isso nao é um exagero, no México acredita em qualquer instituicao governamental. A descrenca é absoluta. A imobilidade social também é enorme e ajuda a compreender essas desconfiancas. Cerca de 40% dos mexicanos que nascem pobres assim permanecem por quase toda vida. Enquanto aproximadamente 60% dos que nascem ricos também nao sofrem alteracao. Penso que comeco a entender a subjetividade e a razao de ser possível algo como os zapatistas em Chiapas e os municípios autonomos de Oaxaca. Nao consigo imaginar nada parecido no Brasil. Ainda.
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