quinta-feira, 19 de maio de 2011

Observação participante: Santo Domingo, Oaxaca, México.







"A observação participante, que muitas vezes é também designada por trabalho de campo, caracteriza-se pela “inserção do observador no grupo observado. Se o investigador apenas se integra no grupo a partir do momento em que se inicia o processo de investigação, falamos de observação-participação. É a situação do etnólogo que vai viver uns tempos com a tribo que vai estudar.

Se, pelo contrário, o observador faz parte integrante de um grupo e aproveita essa situação para o observar, estamos numa situação de participação-observação. É o caso do professor de Sociologia que investiga na escola onde exerce a docência. [Ou do crente religioso que aproveita o seu convívio com outros crentes e a sua participação em actividades religiosas para estudar o fenómeno religioso.]

A observação-participação tanto pode ser uma participação distanciada e ligeira (caso de uma reportagem sobre uma conferência ou sobre outra qualquer prática social; ou da observação presencial de aulas), como uma participação mais profunda e mais integrada (como é o caso dos etnólogos que, ao estudarem sociedades primitivas, nelas se integram durante meses). Na participação-observação há a dificuldade acrescida da pertença íntima ao grupo social condicionar bastante a objectividade necessária ao processo investigativo.”

José Vargas, Sociologia, Porto Editora, 2002, pp. 119-120.

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