sexta-feira, 14 de outubro de 2011

15 de outubro: a necessidade de ser apartidário.


Nas últimas semanas, diversos grupos da cidade têm se movimentado para organizar em São Paulo uma acampada com aspectos anti-capitalistas. Esta ação política, que chamamos de 15-O, está ligada a um movimento global que se iniciou na Espanha e que acontecerá em muitas outras cidades pelo mundo no mesmo instante. Em Roma, por exemplo, a acampada já começou.
Os espaços de construção do 15-O por aqui são as assembleias no vão do MASP. Existe uma grande força dentro do movimento que não quer permitir um sistema de decisão baseado em votações por duas razões: 1- por princípios, ao acreditar que pessoas que querem construir um outro mundo podem chegar a um acordo. 2- para evitar que os partidos políticos presentes no movimento venham em bloco e controlem na base do caminhão. Os partidos, por sua vez, tentam manipular de todas as formas, seja desqualificando as palavras pró-consenso, seja ao hostilizar ou zombar das pessoas. Existe uma tentativa de imposição da metodologia de tomada de decisão do movimento, mas a quantidade de opositores a isso é muito maior.
Na última quarta, o principal ponto de debate foi sobre se deveria ou não haver a presença de propagandas dos partidos políticos – bandeiras nas manifestações e no acampamento. Nesta discussão ficou claro que os partidos presentes, o PSOL (MES e CSOL)e o PSTU, não abrem mão de ter as bandeiras presentes. Chegou a ser proposto ora que as bandeiras estivessem apenas no acampamento, ora só nas caminhadas. Ficou nítida a polarização entre os setores autônomos e os partidários. “Não nos representam” foi repetido em coro várias vezes durante o debate por quase 2/3 dos presentes. O 15-O é uma ação política apartidária e assim queremos que siga e se construa. Por isso escrevemos.
Não escrevemos apenas por causa dessas bandeiras, mas porque acreditamos que a organização que queremos para a nossa acampada não pode passar por representações, muito menos por uma maneira de construir que esvazia a discussão política e de ação. E não aceitaremos seguir construindo um espaço desta maneira. A dinâmica competitiva dos partidos políticos coloca luz apenas numa falsa democracia. Queremos uma democracia real e além. Queremos um mundo onde caibam vários mundos, construído com base na solidariedade, apoio mútuo, justiça política econômica e social. Como vamos construir isso? Juntos iremos descobrir e experimentar as respostas.
Convidamos às pessoas independentes de partidos políticos para essa discussão.
A próxima assembleia será nesta sexta, dia 14/10, às 20h, no vão do Masp.

Para entender um pouco mais aqui, aqui e aqui.

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