sábado, 12 de novembro de 2011

Ofrendas y dia de muertos

As oferendas com certeza são centrais e fundamentais para a celebração do dia de muertos no México. Suas formas e tamanhos são de uma variedade impressionantes e para quem não esta acostumado com essa tradição as cores são o que mais nos tocam. As oferendas são também formas de materialização da memória dos que estão vivos com relação aos que estão mortos. Porém é importante entender que os mortos não estão desaparecidos ou inexistentes. Nesse período eles retornam, caminham e se reconectam com seus entes queridos e seus hábitos em vida. Os mortos voltam a sentir, a desfrutar e se expressar, e para isso eles necessitam de alguma ajuda. As oferendas são essa ponte, o espaço de religação, o lugar de reencontro. Por isso o cuidado e a atenção em ter uma oferenda bonita e bem disposta, com objetos, fotos, comidas, bebidas e tudo mais que o morto e os ancestrais a serem lembrados gostavam. Entendam uma coisa: não é a imaginação sobre a pessoa que morreu, mas literalmente a presença dela, ou do morto, nesse mundo uma vez mais. Os mexicanos estão convencidos e acreditam que o espírito chega até as oferendas, que esses objetos estão ali para terem essa função. Sem a oferenda o espirito não reconhece, não identifica esse lugar como seu e assim pode se perder e até mesmo não chegar. É o momento para vir de Mictlan, do mundo más allá, do inframundo, para esse outro lado. Por isso a importância de queimar o copal a partir da porta, do caminho de flores, da água, da comida e bebida prediletas, das muitas caveiras, dos crânios e esqueletos, das cores, dos nove círculos, dos nove níveis, do xolo... Cada coisa tem sua razão, nada é casualidade, tudo está em seu lugar. No dia 2 de novembro se dança com as canções prediletas do morto, é quando os mariachis vão ao cemitério e tocam e cantam sobre sua sepultura, é quando se bebe à memória e a nova possibilidade de reencontro, é para resistir, é para não esquecer, é para mudar o presente e encaminhar o futuro. Durante esses dias podemos notar um sincretismo enorme, mas sem sombra de dúvidas essa é uma tradição originariamente indígena.
As imagens abaixo são das megas oferendas feitas na Universidad Autonoma do Mexico. Estive por ai em dois momentos. O primeiro, no dia 31 pela manha - que são as fotos aqui – e depois na noite do dia 2. Nesse caso foi feita uma homenagem a Jorge Luis Borges e muitas oferendas contam com sua presença. Ainda assim há a presença de outros mortos, como daqueles que foram assassinados por lutar por uma sociedade melhor e um mundo mais justo. Volto a falar das oferendas na UNAM em breve.

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