





A respeito das metamorfoses e dos bons combates na psicologia e na política.
A todas as vidas pulsantes que insistem em enfrentar o existente.
Nesses momentos onde a iminência do despejo de nossa casa perturba nossos pensamentos, muitas são as idéias que nos permeiam, por horas somos invadidxs pela confusão causada pela inestabilidade dos dias. Os poderosos com sua sede inssaciável por ganância seguem seu caminho rumo ao progresso e para isso não existem medidas, não existem limites. O projeto Porto Maravilha, a maior iniciativa público-privada do Bra$il, avança a passos largos passando por cima de quem quer que seja, desalojando e demolindo, constroem seus investimentos milionários por cima das ruínas de uma infinidade de pessoas. Maqueiam a cidade para a copa e as olimpíadas, para o lucro e o turismo. Despejam famílias para gerar mais moradia, trazem a "pacificação" das armas e da polícia, tornam a cidade mais tranquila para quem pode consumir-la, trazem o terror a quem não pode. O Rio de Janeiro vive um assustador e cada vez mais agravado quadro de criminalização da pobreza: choque de ordem*, ordenando as ruas por meio da violência; a guarda municipal, roubando e agredindo xs camelôs, que dignamente buscam sua sobrevivência na cidade dos contrastes; as UPP`s*, a invasão militar das favelas, que não deixa em nada a invejar a invasão de Israel ao território palestino. A tensão e as incertezas estão latentes em nossas cabeças e em nossos corpos, sabemos que a qualquer momento podemos ficar sem nossa casa, o olhar do inimigo está voltado para este lugar, e ele afia suas garras. A Flor do Asfalto é um espaço contra-cultural que resiste há quase 5 anos, desconstruindo de dentro todo o marasmo dessa civilização, aqui não estamos apenas nos apossando de um lugar para morar, estamos nos reapropriando de nossas vidas, não nos interessa reivindicar a cidade, mas destruí-la já e agora para que a vida brote em suas ruínas, e isso o estamos demonstrand o, na prática, as sementes continuam brotando. A lógica do poder, das armas, das máquinas e da fumaça é nossa inimiga e esta guerra a travamos a cada instante de nossas vidas, buscando a destruição das relações de poder em cada mínimo momento de nossas existências. Hoje buscamos enfrentar a esses dias nos movimentando e não caindo na inércia que querem que caiemos, a flor negra da anarkia seguirá exalando vida enquanto neste porto resistir. Agora acreditamos que nossa maior arma são os laços de solidariedade com nossxs compas ao redor do mundo, estamos por todas as partes, aonde quer que existam pessoas combatendo a toda autoridade. Queremos também grifar que nos aflingem os corações a situação do companheiro Tortuga [Companheiro anarquista de santiago, chile, que se encontra entre a vida e a morte após acidentalmente explodir o artefato explosivo que instalava em um banco] no chile, nesses difíceis momentos que enfrenta por consequência de sua ação de enfrentamento ao poder. A ele e a todas pessoas que o rodeiam desejamos toda a força da Terra, os ventos de liberdade voam por muitos lados.
A bandeira pirata segue hasteada, a flor resiste enquanto existe!!!!
Toda força ao Squat Toren em Fortaleza-CE, que também está ameaçado de desalojo, toda força as ocupações urbanas do Rio, que sofrem ameaças semelhantes a nossa!!!!
Que a solidariedade grite por todas as partes e que seja nossa maior arma!!!!!
As casas passam, as experiências se multiplicam!!!!!!
MORTE AO PORTO MARAVILHA, VIVA A ANARKIA!!!!!!!
Estava em um deserto.
Olhou a direito e uma árvore surgiu a sua esquerda.
Girou a cabeça para a esquerda. A árvore desapareceu para crescer a sua direita.
Voltou-se atrás e a árvore apareceu à frente.
Olhou com cuidado para frente, e a árvore brotou atrás.
Fechou os olhos para ver se a levava dentro. Se transformou na árvore.
*Encontrado aqui.
A grande maioria dos migrantes tem muito claro que se existissem outras possibilidades para mudar um pouco sua condição material em seus países de origem não estariam fazendo isso. São exilados econômicos, políticos em sua outra definição. Fora das possibilidades de consumo e manutenção das necessidades básicas para viver, iniciam uma jornada absurdamente dura e não raras as vezes, cruel. Assaltos, sequestros, estupros, mortes, acabam infelizmente se tornando acontecimentos frequentes. Como se não fosse suficiente as dores e lamentos que trazem de onde vem, um outro problema, que pode lhes custar a vida, se inicia na fronteira com a Guatemala, em Chiapas.
Podem ser atacados tanto por grupos de narcotraficantes, como pelas Maras (um tipo de gangue), ou ainda por funcionários do governo, seja por policiais municipais ou federais e da migração, não importa, todos tratam de algum modo violenta-los e marginaliza-los.
Estimativas apontam para cerca de 350.000 pessoas que tentam atravessar o México para chegar nos Estados Unidos por ano. Já o número de mexicanos que tentam ir para os Estados Unidos passa de meio milhão. Desses não se pode saber exatamente quantos são mortos, mas sabe-se que o número passa de milhares. Para se ter uma ideia, a fronteira (muro) entre México e Estados Unidos já contabiliza mais mortes que o muro de Berlin nos últimos 15 anos do que todo período da Guerra Fria. Segundo relatório da ONU, apenas nos dois últimos anos mais de 11.000 foram sequestrados em território mexicano.
A situação é desesperadora. O encontro com as Maras normalmente resulta em assaltos, agressões físicas e extorções. Com os funcionários do governo é igual e somasse a possibilidade de sequestro. Normalmente funcionários do Instituto Nacional de Migração (INM) estão associados a grupos de narcotraficantes e redes de tráfico de pessoas. E com os grupos narcotraficantes são todas essas possibilidades, mais o sequestro para trabalho escravo, tráfico de órgãos, exploração sexual e extermínio. São raras as mulheres que não são violentadas por algum desses grupos. As histórias não teminam e o trem do inferno segue viagem.
O pouco de solidariedade que encontram nem sempre pode fazer muito, mas ainda assim é algo para ajuda-los nessa jornada. Vale a pena por exemplo conhecer o Albergue do Imigrante localizado no Istmo de Oaxaca, Ixtepec. Hermanos en el camino é uma base única para esse transito.
Continua...
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Identidade, Branquitude e Negritude: contribuições para a Psicologia Social no Brasil
O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) torna público o presente Edital e convida psicólogos/as, pedagogos/as, educadores/as e demais profissionais de áreas afins a submeterem artigos para a seleção de trabalhos que serão publicados no livro Identidade, Branquitude e Negritude: contribuições para a Psicologia Social no Brasil.
Este livro seguirá a mesma trilha e dará continuidade à iniciativa realizada em 2002 do livro Psicologia Social do Racismo. Este livro constituiu um marco importante na produção de conhecimento da Psicologia Social no Brasil, contribuindo inclusive para estimular avanços dentro desta área nos últimos 10 anos. A proposta do livro Identidade, Branquitude e Negritude: contribuições para a Psicologia Social no Brasil é retratar parte desses avanços. Para cumprir este propósito este edital foi concebido com intuito de selecionar artigos que representem a diversidade e multiplicidade de trabalhos e pesquisas na área da Psicologia Social, destacando especialmente suas interfaces com a Educação.
O livro Identidade, Branquitude e Negritude: contribuições para a Psicologia Social no Brasil tem como objetivo ampliar a discussão sobre a problemática da Identidade, Branquitude e Negritude a partir de textos que possam representar avanços teóricos, metodológicos e práticos na área da Psicologia Social. Serão selecionados 15 artigos que possam compor um retrato da pluralidade teórica, investigativa e prática em torno da problemática supracitada no contexto brasileiro. A publicação terá, entre outros critérios, um modo regionalizado de seleção dos artigos em que as cinco regiões do país possam estar representadas no referido livro e dentro de um critério de proporcionalidade entre as três categorias de artigos (Relatos de Experiências Profissionais, Relatos de Pesquisas e Estudos Teóricos/Ensaios), levando-se em conta o número de iniciativas inscritas.
Para mais infos aqui.
Durante sete intermináveis horas os ministros do Supremo Tribunal Federal reuniram-se para discutir o futuro de Cesare Battisti, que já está há mais de 4 anos preso no Brasil. Decidida por 6 votos contra a 3, a libertação de Cesare deve ocorrer imediatamente.
Porém, durante o julgamento, muito pouco se falou de Cesare Battisti. De um lado falou-se de limitação de poderes e de equilíbrios constitucionais, de fiscalização dos atos do Presidente da República e dos riscos de ditadura, de antiterrorismo e de respeito pelos tratados. Falou-se, do outro lado, de soberania e de independência nacional, de direitos humanos. De Direitos Humanos em geral, mas não dos direitos do homem Cesare Battisti. Do seu direito a fazer ouvir uma versão dos fatos que não fosse a difundida e vendida pelo governo italiano.
A intervenção mais longa foi sem dúvida a do ministro Gilmar Mendes, que afirmou: “Eu fico a imaginar o que vai ocorrer. Que cenários nos aguardam nesse contexto”. Eis uma tentativa clara de dar argumentos para deslegitimar a decisão.
Estamos contentes, sim, e muito, com o fato de Battisti ficar em liberdade. Mas não com uma sessão que não foi um julgamento do caso de Battisti, mas um julgamento de um ato cometido pelo ex-presidente da República. Nesse sentido, concordamos com a frase do ministro Joaquim Barbosa: “Chega! Aqui é o momento de se encerrar essa questão! Há uma pessoa presa há mais de 4 anos em regime fechado”.
Muito em breve apresentaremos um artigo fazendo um balanço da campanha pela libertação de Cesare Battisti.